Prevenção e consequências da maternidade precoce foram discutidas na 1ª Semana de Educação Legislativa

​videz. “A gravidez precoce é um dos fatores que mais contribuem para a evasão escolar. A menina engravida, tem o filho e não volta para a escola. E quando volta, volta com dificuldade, com atraso e muitas vezes não conclui o ensino médio”, disse. A assistente social também falou sobre a importância da educação sexual nas escolas. “A educação sexual é um direito da criança e do adolescente. É preciso que a escola seja um espaço de diálogo, de informação e de prevenção. A escola é um espaço de formação e de construção de conhecimento e a educação sexual é um conhecimento que precisa ser construído”, finalizou.

Na quinta-feira (16/5), o tema discutido na Escola do Legislativo Senador José Lindoso da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) foi a maternidade precoce, como parte da programação da 1ª Semana de Educação Legislativa. O evento contou com a participação de 54 alunos do 2º e 3º ano do ensino médio da Escola Estadual Antônio Lucena Bittencourt, localizada no bairro Betânia, zona Sul de Manaus. A professora Jacy Braga, que ajudou a organizar a Semana, destacou a importância de abordar esse tema na presença dos estudantes. Ela explicou que a maternidade precoce afeta diretamente a vida dos jovens, especialmente das meninas, pois são elas que carregam o peso da maternidade, cuidam dos bebês e são culpabilizadas por isso. “É importante falar com eles sobre isso porque muitas vezes acabam abandonando os estudos, não concluem o ensino médio, não ingressam na universidade pública e acabam trabalhando em empregos precários ou no mercado informal para sustentar o bebê”, afirmou. Para a estudante Jamilly Comapa, de 17 anos, a maternidade exige estabilidade financeira e emocional que os adolescentes não possuem. “Uma menina da minha idade ainda não tem uma casa, um carro, uma profissão, enfim, uma estabilidade financeira, por isso é importante falar sobre o assunto. Precisamos nos informar sobre como é difícil criar um filho, pois um filho demanda dinheiro e uma rede de apoio familiar”, disse ela. Durante a apresentação, a professora mestra e assistente social Lidiany Cavalcante falou aos alunos sobre a realidade brasileira da maternidade precoce. Ela destacou que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), gravidez precoce é aquela que ocorre em meninas com menos de 19 anos. “No Brasil, uma em cada sete mães é adolescente. Temos 44 partos por hora no país, o que nos coloca como o segundo país da América Latina em gravidez precoce”, explicou. Barreiras Segundo Cavalcante, os jovens enfrentam algumas barreiras para se prevenir sexualmente, como o conservadorismo, que dificulta o acesso a métodos contraceptivos. “Quanto menor a escolaridade da menina, maior a chance de ser mãe precocemente. Por isso, o fator econômico tem um grande impacto, pois se uma menina procura uma unidade de saúde para obter preservativos e é solicitada a presença da mãe ou responsável para recebê-los, ela não vai voltar. E também não vai deixar de fazer sexo por falta de preservativos. É aí que mora o perigo das doenças sexualmente transmissíveis e da gravidez indesejada. Além disso, existem famílias que não estão preparadas para falar sobre sexo com seus filhos, independentemente do nível econômico e do conhecimento dos pais, pois isso está ligado ao conservadorismo”, exemplificou. Outra consequência enfrentada pelas meninas é a interrupção dos estudos devido à gravidez. “A gravidez precoce é um dos principais fatores que contribuem para a evasão escolar. A menina engravida, tem o filho e não volta para a escola. E quando volta, volta com dificuldade, com atraso e muitas vezes não conclui o ensino médio”, disse. A assistente social também enfatizou a importância da educação sexual nas escolas. “A educação sexual é um direito da criança e do adolescente. É preciso que a escola seja um espaço de diálogo, de informação e de prevenção. A escola é um lugar de formação e construção de conhecimento, e a educação sexual é um conhecimento que precisa ser construído”, concluiu.  

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