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Prefeitura de Manaus destaca importância da continuidade do tratamento contra a hanseníase

O Judiciário
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No contexto da campanha Janeiro Roxo, de conscientização sobre a hanseníase, a Prefeitura de Manaus reitera a importância do não abandono do tratamento pelo paciente. A descontinuidade, alerta a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), pode causar lesões severas e irreversíveis nas mãos, nos pés e nos olhos, causando impactos nas atividades diárias, na vida social, econômica, na saúde mental e na qualidade de vida dos usuários.

Composto pelos medicamentos Rifampicina, Dapsona e Clofazimina, o tempo de tratamento varia de acordo com a forma clínica de cada paciente, podendo ter duração de seis meses para pacientes com hanseníase paucibacilar (PB) e 12 meses para aqueles que apresentam hanseníase multibacilar (MB).

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Segundo o subsecretário municipal de Gestão da Saúde, Djalma Coelho, os dados são uma demonstração de que a capacidade técnica, empatia e habilidade de comunicação das equipes multidisciplinares no acolhimento do paciente, tem dado bons frutos.

“As equipes são muito comprometidas e qualificadas e por isso o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno, o cuidado assistencial, que envolve orientações sobre autocuidado, sessões de fisioterapia, terapia ocupacional, vem mostrando melhora no cenário epidemiológico da doença. São enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistentes sociais, psicólogos, odontólogos, médicos de família e comunidade, envolvidos no tratamento”, observa.

A chefe do Núcleo de Controle da Hanseníase em exercício, enfermeira Ana Cristina Silva Malveira, explica que um dos pilares do trabalho de sensibilização sobre a doença é baseado na luta contra o preconceito, comportamento resultante da falta de conhecimento, que pode dificultar a procura pelos serviços de saúde, levando a um diagnóstico tardio, à exclusão social e ao sofrimento psíquico.

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“Aproveitamos o Janeiro Roxo para promover a inclusão e fortalecer a participação das pessoas afetadas pela doença porque esse trabalho cria um contexto em que conseguimos enfatizar a importância da continuidade do tratamento, lembrando que quando há o abandono, o risco de danos aos nervos é real e pode levar a deformidades irreversíveis. Além disso, a pessoa continua transmitindo a doença, colocando os contatos próximos vulneráveis à doença”, reitera.

A médica dermatologista Rosa Batista Correa, do Núcleo de Controle da Hanseníase (Nuhan), informa que os números indicam sete casos de abandono em 2024 de um total de 91 pacientes novos, um avanço em relação ao ano anterior, quando, de 102 casos novos, foram registrados sete casos de abandono. Atualmente, 124 pacientes estão em tratamento na Rede de Atenção Primária à Saúde.

A dermatologista destaca que acompanhar a trajetória do paciente do início à conclusão do tratamento gera bons resultados e um sentimento de dever cumprido em toda a equipe.

“É muito gratificante ver os pacientes chegarem ao fim do tratamento em tempo hábil e sem sequelas. Muitos já estão fragilizados pela doença, o que requer um trabalho focado no esclarecimento sobre a doença, orientação para prevenção de incapacidades, autocuidado e tratamento. E ver essas pessoas se superando, seguindo diariamente com a terapêutica, é recompensador” completa a médica.

Fluxo

O tratamento da doença é gratuito e realizado nas unidades de saúde da Semsa. Em caso de suspeita, o usuário deve buscar o estabelecimento de saúde mais próximo de sua casa para ser avaliado pela equipe de saúde e realizar os exames necessários.

Após o diagnóstico, realizado pelo médico da equipe, esse paciente será acompanhado mensalmente na unidade para ser examinado, receber a medicação e orientações, que é gratuita, até o término da terapêutica.

“Quando as equipes percebem que esse paciente está faltando às consultas, realizam a busca ativa de modo que eles retomem o tratamento. É preciso insistir e sensibilizá-lo sobre a importância de prosseguir”, sintetiza Rosa Batista Correa.

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Texto – Tânia Brandão / Semsa

Fotos – Divulgação / Semsa

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