Obra do parque Encontro das Águas

Com previsão de inauguração em outubro de 2025, a Prefeitura de Manaus está ampliando as perfurações para injeção de concreto na obra de contenção do talude do futuro parque Encontro das Águas – Rosa Almeida, que recebeu visita técnica do prefeito de Manaus, David Almeida, nesta quinta-feira, 31/10, acompanhado do diretor-presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), Carlos Valente, equipes do consórcio construtor e imprensa.

Mais do que uma obra de engenharia de grande complexidade, o parque promete se tornar o novo cartão-postal da capital, tendo uma das melhores vistas de uma encosta, do ponto mais alto, para o fenômeno do Encontro das Águas, dos rios Negro e Solimões.

Em razão da necessidade de se fazer a contenção do barranco e das características geológicas do solo, a Prefeitura de Manaus, por meio do Implurb, fez um projeto incluindo soluções tecnológicas e modernas de engenharia e geotecnologia para estabilizar o terreno e permitir a máxima segurança no local, a fim de receber as construções urbanísticas, incluindo um restaurante e uma oca estilizada, estes desenhados pelo famoso arquiteto Oscar Niemeyer.

O projeto de Niemeyer, de 2006, recebeu inovações urbanas, com ajustes pelo Implurb, dando ao espaço configurações de parque. O espaço será uma verdadeira ode à natureza e à arquitetura, em construção pelo consórcio Encontro das Águas, formado pelas empresas F N Crespo Neto e Cia Ltda. e RED Engenharia Ltda.

Para fazer a contenção do talude, a prefeitura foi buscar na engenharia soluções prevendo a durabilidade na construção, usando concreto injetado diretamente no terreno, o chamado jet grouting. São 270 pontos de injeção (estacas), com o uso de equipamentos como perfuratrizes.

Por dia, a obra consome hoje cerca de 1.200 sacos de cimento, com o uso de duas perfuratrizes. Na próxima semana, a previsão é dobrar este volume, chegando a 2.400 sacos/dia, com a chegada de outra máquina para fazer o jateamento de alta pressão.

“É um método de estabilização do solo que envolve a injeção sob alta pressão e velocidade. É moderno, rápido e eficaz na estabilização do solo e criação de fundações especiais em solos naturais. E vamos dobrar a capacidade na próxima semana. As equipes também estão trabalhando na demolição das fundações das antigas torres de telefonia da Embratel, que ocupavam o local”, explicou Valente.

Engenheiro de formação, o diretor-presidente lembrou que o parque terá uma configuração diferenciada, sendo uma das mais importantes a localização.

“Só tem este lugar com essa vista do Encontro das Águas, para fazer uma obra como esta, com esta visão maravilhosa. Esperamos ter concluído o jet grouting até o final de novembro, e aí começam as edificações do parque, a oca, o restaurante e os novos equipamentos urbanos, como quiosques gourmet, playground, playpet, administração, estacionamento. O restaurante projetado por Niemeyer é muito bonito, tem um desenho sinuoso, acompanhando a curva do terreno e se projetando sobre o rio. É uma obra extremamente desafiadora, mas quando concluída terá uma beleza plástica e arquitetônica fantástica. Todo mundo que passar pelo rio e quem visitar o parque terá uma visão diferenciada e uma experiência ímpar”, comentou.

Turismo

Além de promover o resgate de um projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, o único para o Amazonas, engavetado há décadas, a gestão do prefeito David Almeida aposta no fomento de novos negócios e no turismo com a construção da obra. “Falamos muito de melhorar o turismo, explorar o setor, mas o turismo precisa de infraestrutura atrativa para os visitantes. Antes, a gente só tinha o Teatro Amazonas e a Ponta Negra. Hoje, já podemos contar com mais quatro pontos e o quinto será este aqui”, afirmou Valente.

Valente adiantou que a comunidade do entorno e do bairro Colônia Antônio Aleixo estão ansiosos com a obra, que está gerando emprego e renda na região. “O bairro vai deixar de ser um gueto e vai passar a entrar na rota turística, com um diferencial imenso e potencial fantástico. Isso terá impacto no artesanato, na gastronomia, no comércio, necessário para atender a estes novos frequentadores, entre outros setores”, disse o engenheiro.

Projeto

O terreno tem um total de mais de 120 mil metros quadrados, com encostas e grande declividade. A área de implantação soma 17.533,18 metros quadrados. O projeto desenvolvido por Niemeyer, em 2006, tem museu e um restaurante incrustado no talude. O museu tem uma cúpula de concreto, tendo nas extremidades opostas duas lâminas com 20 metros e 70 centímetros de altura, sendo uma na cor amarela, representando o rio Solimões, e outra na cor preta, apresentando o rio Negro. Os jardins vão dar pontos de cor ao entorno da floresta, com espécies nativas, desde grandes arbóreas a arbustos.

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Texto – Claudia do Valle/Implurb

Fotos – Clóvis Miranda/Semcom

Disponíveis em – https://flic.kr/s/aHBqjBQcLj

  

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