Câncer de cabeça e pescoço é uma condição que afeta milhares de pessoas anualmente, sendo fundamental a conscientização sobre seu diagnóstico precoce. Durante a campanha Julho Verde, a Comissão de Saúde da Câmara se reuniu com especialistas para discutir este tema importante. A doença é composta por 17 tipos diferentes, afetando principalmente a pele, a nasofaringe, a cavidade oral, a laringe e a tireoide.
Historicamente, o câncer de cabeça e pescoço ocupa o 4º lugar em termos de incidência entre as diversas neoplasias. Os dados fornecidos pela Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço (ACBG Brasil) mostram a urgência de ações efetivas para aumentar a conscientização e o avanço no diagnóstico precoce.
Gabriel Marmentini, representante da ACBG Brasil, enfatizou que a entidade foca em priorizar a efetivação da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer. Além disso, ele destacou a importância do apoio a pacientes que enfrentam mutilações faciais devido aos tratamentos, o que pode impactar severamente sua qualidade de vida. A formação dos dentistas é uma estratégia necessária, pois eles podem se tornar aliados na detecção precoce do câncer de cabeça e pescoço. “Avançar no diagnóstico precoce e preparar os odontólogos é um dos nossos principais objetivos”, disse Marmentini.
O cirurgião Rogério Dedivits, do Hospital das Clínicas de São Paulo, revelou que os tipos de câncer de cabeça e pescoço são mais comuns em homens com mais de 40 anos que fumam e consomem álcool. Essas doenças estão frequentemente associadas a riscos relacionados à pele, boca e garganta. Dedivits também mencionou a importância da vacinação contra o HPV como um meio preventivo para reduzir o risco de câncer de boca e garganta. Além disso, o câncer de tireoide é considerado o mais prevalente entre as mulheres.
Infelizmente, o diagnóstico precoce do câncer de cabeça e pescoço ainda enfrenta desafios. De acordo com a especialista Kátia Marquetti, do Hospital Sírio-Libanês de Brasília, muitos diagnósticos são feitos de maneira tardia, o que acontece em mais de 90% dos casos. Essa situação ressalta a importância de uma detecção e intervenção mais precoces.
Silvia Cristina, deputada e uma das autoras do requerimento para a audiência pública, tem apoiado uma iniciativa de prevenção em Rondônia nos últimos quatro anos. Ela destacou que uma unidade móvel tem visitado cidades remotas e alcançado resultados significativos em conscientização e detecção. A abordagem proativa é crucial para mudar a realidade do câncer de cabeça e pescoço na região.
A ACBG Brasil está realizando uma campanha específica durante o Julho Verde para educar a população sobre os riscos e as implicações do câncer de cabeça e pescoço, incluindo seus efeitos potencialmente devastadores que podem afetar a saúde pulmonar. Para mais informações sobre a campanha, acesse o site da ACBG.
O câncer de cabeça e pescoço é um tema que demanda atenção contínua e um esforço coletivo para garantir que mais pessoas possam ser diagnosticadas precocemente, aumentando assim as chances de tratamento eficaz e recuperação. A conscientização é a chave, e cada um de nós pode contribuir para que essa realidade mude para melhor.
