Especialistas revelam preocupação com excesso de ações judiciais sobre tratamentos de saúde; assista

17/12/2025 – 16:24  

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O aumento de ações judiciais para garantir tratamentos de saúde no Brasil foi tema de audiência pública da Comissão de saúde da Câmara dos Deputados na terça-feira (16).
Esse quadro reflete o grande número de pedidos negados por planos de saúde e pelo Sistema Único de saúde (SUS), assim como as filas para conseguir fazer exames, consultas e cirurgias.
Para o defensor público Ramiro Sant’ana, se as políticas públicas fossem efetivamente cumpridas, a situação seria outra.
“Por lei, depois de incorporar um tratamento, o SUS tem 180 dias para disponibilizá-lo em todo o território nacional. É um prazo razoável, mas que não costuma ser respeitado. E, como o tratamento não é disponibilizado, resta ao cidadão recorrer à justiça”, disse.
Alcindo Cerci Neto, do Conselho Federal de Medicina, ressaltou que, muitas vezes, a justiça é o único caminho para o paciente garantir o tratamento mais adequado.
“A judicialização se transformou, sim, em instrumento de acesso à saúde. É a única ferramenta, às vezes, que a população PODE utilizar para conseguir tratamentos que seus médicos sabem que são melhores”, afirmou.
Daiane Nogueira de Lira, do Conselho Nacional de justiça, alertou para os riscos que os excessos de processos judiciais podem trazer.
“A gente precisa de decisões baseadas em medicina e evidências científicas robustas para garantir a segurança dos pacientes”, comentou.
A deputada Adriana Ventura (NOVO-SP), que propôs o debate, defendeu o diálogo com todos os envolvidos no setor em busca de alternativas para diminuir a judicialização.
Para ela, é necessário ter mecanismos que garantam o atendimento integral e universal do SUS.
“Há pedidos judiciais de medicamentos e terapias que são insustentáveis. Deve-se pensar na sustentabilidade do sistema de saúde, porque os recursos são finitos”, declarou.

Da TV CâmaraEdição – MO

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