Amorim critica exigências dos EUA e defende soberania

Exigências dos EUA têm sido um tema central nas discussões políticas do Brasil nos últimos tempos. O embaixador Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula, expressou sua crítica contundente a estas exigências durante uma audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Segundo Amorim, as condições impostas pelo governo americano ao Brasil são consideradas “impossíveis”, tornando as negociações bastante difíceis. Ele descreveu a situação como uma forma de “violência” contra a soberania brasileira, enfatizando que o Brasil já havia enviado respostas a investigações da seção 301 dos Estados Unidos, mas não reconhece a jurisdição americana sobre esses assuntos.

Na audiência, Amorim detalhou que o Brasil, na segunda-feira, respondeu a questionamentos relativos ao comércio digital brasileiro e ao desmatamento, em um esforço de diálogo que reflete a intenção do governo de se manter em linha com as práticas diplomáticas. Contudo, ele foi enfático ao afirmar que a carta enviada por Donald Trump, que sugeriu um “tarifaço”, é incompatível com os protocolos diplomáticos, especialmente por abordar questões de política interna, como o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A defesa da soberania brasileira por Amorim foi clara: “No dia em que o país permitir que uma autoridade estrangeira nomeie ou demita um ministro da sua Corte Suprema, PODE esquecer. Não é mais país. A soberania do país é inegociável”. Essa declaração destaca a postura do governo brasileiro em relação a intervenções externas e as consequências disso para a política interna.

Amorim também abordou a situação das reuniões entre ministros do governo e autoridades estadunidenses. Informou que uma audiência agendada entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro americano foi desmarcada, sem previsão de uma nova data. Essa cancelamento levanta questões sobre a eficácia do diálogo entre as duas nações.

Além disso, em conversas com Emmanuel Macron, presidente da França, o presidente Lula reforçou a necessidade de assinar acordos comerciais, como o do Mercosul com a UNIÃO Europeia, buscando ampliar as opções para os exportadores brasileiros, um fator que PODE trazer benefícios diretos às relações comerciais do Brasil em um clima de tensões internacionais.

Por outro lado, a oposição política no Brasil está se manifestando. O deputado Zucco (PL-RS) sugeriu que o presidente Lula deveria contatar diretamente o presidente Donald Trump, uma proposta que aponta para uma maior proximidade nas tratativas políticas.

Durante a audiência, outras questões também foram levantadas. O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou a falta de discussões sobre as ações americanas, alegando que a maior parte da população está contrária a essas exigências impopulares. Ele enfatizou que precisam trabalhar juntos pelos interesses do povo brasileiro, sem dividir o país entre diferentes lados.

O presidente da comissão, deputado Filipe Barros (PL-PR), também criticou a postura do governo diante de situações internacionais, especificamente em relação à Venezuela, onde o Brasil tem se comportado de maneira relativamente tímida. Amorim reafirmou a posição do Brasil ao reconhecer o Estado venezuelano, enquanto expressava preocupações sobre a legitimidade das eleições no país vizinho e a presença militar dos EUA na região, que poderia agravar ainda mais as tensões.

Quanto ao conflito em Gaza, Amorim declarou que o Brasil condena as ações de Israel e mantém sua posição de apoio ao estado palestino desde 2010. Ele sublinhou que o combate ao antissemitismo não deve estar alinhado automaticamente ao suporte incondicional ao governo de Israel.

Diante de tais complexidades nas relações internacionais, a postura de Amorim e do governo brasileiro reafirma a importância de uma diplomacia que respeite a soberania nacional e busque soluções pacíficas e negociadas para as questões que envolvem os interesses do Brasil e das populações envolvidas. A luta pela soberania continua sendo um tema central nas discussões políticas brasileiras e nas relações internacionais.

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