Prisões ocorreram em Manaus, Borba e Lábrea; Grupo vinha atuando há mais de três anos


A polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da 74ª delegacia Interativa de polícia (DIP) de Borba (a 151 quilômetros de Manaus), com o apoio do Departamento de polícia do Interior (DPI), deflagrou, nesta sexta-feira (07/11), a Operação Cavalo de Tróia, que resultou no cumprimento de mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão contra sete integrantes de um grupo criminoso investigado por aplicar golpes em idosos beneficiários no interior do estado.
A ação teve como alvos um advogado de 35 anos, apontado como líder do grupo; sua esposa, uma estudante de Direito de 25 anos; outros três homens, de 19, 24 e 36 anos; e duas mulheres, de 33 e 34 anos, que atuavam como auxiliares. O grupo vinha agindo há cerca de três anos em municípios localizados na calha do rio Madeira. As prisões ocorreram nas cidades de Manaus, Borba e Lábrea (a 702 quilômetros da capital).


O delegado Paulo Mavignier, diretor do DPI, destacou a efetividade da ação conjunta. “Foi uma operação exitosa, que retirou de circulação um grupo que fraudava financiamentos e empréstimos, cometendo diversas ações fraudulentas para obter benefícios indevidos”, afirmou.
De acordo com o delegado Jorge Arcanjo, os infratores realizavam mutirões e se apresentavam às vítimas, em sua maioria idosos de baixa renda, como advogados e assessores jurídicos, oferecendo supostos serviços para recuperar valores descontados de benefícios previdenciários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
“Após conquistar a confiança das vítimas, eles utilizavam documentos e biometria facial para abrir contas digitais fraudulentas, por meio das quais realizavam empréstimos consignados e transferiram os benefícios. Em alguns casos, ficavam com parte do valor; em outros, apropriaram-se de todo o dinheiro dos idosos”, informou o delegado.

FOTO: Beatriz Sampaio e Erlon Rodrigues/PC-AM.
As investigações tiveram início após o registro de boletins de ocorrência feitos por vítimas e por gerentes de agências bancárias que perceberam irregularidades.
Durante as diligências, foi identificado que o grupo tinha quase 4 mil ações protocoladas no Tribunal de justiça do Amazonas (TJAM) contra instituições financeiras, alegando que os idosos haviam sido vítimas de estelionato, com o objetivo de obter cancelamentos de contas e indenizações indevidas.
“Eles buscavam indenizações por crimes que eles mesmos cometiam. Recebiam o dinheiro em nome do idoso na justiça, e as vítimas sequer tinham conhecimento. Além disso, havia cerca de 300 ações contra empresas de conectores de televisão, alegando que os produtos não chegavam junto aos aparelhos, o que os levava a falsificar notas fiscais, cupons e procurações”, detalhou Arcanjo.

FOTO: Beatriz Sampaio e Erlon Rodrigues/PC-AM.
Segundo o delegado, o grupo era altamente estruturado e possuía divisão de tarefas, com funções bem definidas entre os membros. Eles eram responsáveis pela falsificação de documentos, utilização de pontos comerciais como fachada e manutenção de um espaço dentro da sede do Sindicato Rural de Borba.
Esse local era utilizado como base para o aliciamento de aposentados, atividade conduzida por uma mulher de 39 anos, que indicava as próximas vítimas.
Diante da gravidade dos fatos, a polícia Civil representou à justiça pelos pedidos de prisão preventiva, quebra de sigilo telemático e bloqueio de ativos financeiros dos investigados.
Durante a deflagração da operação em Manaus, foram apreendidos cinco automóveis, modelos Kia Sorento, Fiat Toro Freedom, Fiat Mobi, Volkswagen Gol, Pajero TR4, Fiat Siena, além de três motocicletas.
O advogado, apontado como líder do grupo, foi preso em Lábrea junto com o comparsa de 36 anos. A esposa dele foi presa na zona norte de Manaus, juntamente com outras três pessoas.
Um dos suspeitos se apresentou voluntariamente, acompanhado de seu advogado, no 12º Distrito Integrado de polícia (DIP) de Manaus. A sétima investigada, de 39 anos, foi presa em Borba.
Procedimentos
Todos os presos irão responder pelo crime de estelionato e permanecerão à disposição da justiça.
