Prefeitura de Manaus alerta para mitos sobre o aleitamento materno

Mais do que um simples ato de nutrir, a amamentação é essencial para a saúde do bebê e da mãe, contribuindo para a prevenção de doenças e para o desenvolvimento infantil, entre outros benefícios. No “Agosto Dourado”, mês de promoção do aleitamento materno, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de saúde (Semsa), reforça a importância da amamentação e esclarece sobre mitos e verdades em torno de uma das práticas mais marcantes do cuidado materno.

Quem pensa que existe uma idade limite para a amamentação do bebê, por exemplo, precisa rever seus conhecimentos. A técnica do Núcleo de Atenção à saúde da Criança e do Adolescente da Semsa, enfermeira Ivone Amazonas, explica que o aleitamento materno deve ser exclusivo até os 6 meses, continuando daí com a introdução de alimentação adequada e saudável até os 2 anos ou mais.

“Ou seja, não há uma idade fechada. Essa recomendação é importante, pois o leite materno e a alimentação adequada vão assegurar que o bebê cresça e se desenvolva da melhor forma”, aponta a servidora.

Conforme Ivone, uma verdade importante sobre a amamentação é que ela ajuda a prevenir o câncer de mama e o câncer do colo do útero. Já dizer que a amamentação deixa os seios flácidos não passa de mito. “Não é a amamentação, mas a gravidade é a verdadeira responsável por esse efeito. E ele PODE ser evitado com cuidados básicos, como o uso de sutiãs com suporte adequado”, enfatiza.

Outra dúvida comum: a criança deve consumir água, além do leite materno? A técnica da Semsa explica que não. “Até o sexto mês, o leite da mãe é suficiente para o bebê, não sendo preciso dar água, chá ou outro leite. Só após o sexto mês, ao introduzir outros alimentos, ela deve hidratar o bebê também com água, mesmo se ainda estiver amamentando”, esclareceu.

leite ‘fraco’, não

Ivone esclarece ainda que o leite não “afina” ou perde a qualidade nutritiva com o tempo, mas passa por diferentes fases nas primeiras semanas da amamentação. Do primeiro ao sétimo dia, ela explica, é um líquido ralo e amarelado, chamado colostro, que ganha uma coloração mais esbranquiçada ao longo da semana seguinte, até se tornar o leite maduro, de cor branca e consistência mais encorpada.

A enfermeira ressalta que o leite materno mantém uma composição rica em todas essas fases, desde o início até o final da lactação. Por esse motivo, engana-se quem acha que o bebê não deve ser amamentado com o colostro, por conta de sua aparência.

“Pelo contrário. Ele é considerado a primeira vacina da criança, pois é rico em anticorpos que vão protegê-la contra doenças respiratórias e gastrointestinais. Por isso, é essencial amamentar o bebê com o leite da mãe de forma exclusiva nos primeiros dias de vida, até os 6 meses”.

Bebês prematuros, observa Ivone, precisam ainda mais desse reforço do leite da mãe. “Inclusive, na maternidade Moura Tapajóz, da Semsa, por meio do protocolo Beira Leito, a mãe permanece na unidade para amamentar seu filho acolhido na UTI, fornecendo o leite para ser dado ao bebê por meio de copinhos ou sondas”, informa.

Conforme a técnica, também é errado dizer que algumas mulheres produzem menos leite materno que outras. Ela explica que a produção do leite é estimulada pela amamentação, podendo cair quando a mãe dá de mamar com menor regularidade. Além disso, o processo PODE ser dificultado por fatores como estresse e ansiedade, capazes de inibir os hormônios prolactina e ocitocina, que guiam a produção láctea.

“Não quer dizer que a mãe não produz leite, mas que essa produção está sendo afetada pelo seu estado emocional. Nesses casos, é essencial o apoio da família e das equipes de saúde para evitar que a mulher fique sujeita ao estresse durante a amamentação”, orienta.

E a mãe PODE seguir amamentando se estiver gripada ou com outras síndromes respiratórias? Sim, com alguns cuidados, conforme Ivone. “Ela deve adotar medidas preventivas, primeiro consultando o médico e tomando as medicações necessárias. E lavar bem as mãos e usar máscara facial antes de segurar o bebê e amamentar”.

Deixar o bebê ser amamentado por outra mulher, por sua vez, é algo contraindicado pela Organização Mundial da saúde (OMS) e Ministério da saúde, devendo ser evitado. “A amamentação cruzada, como é chamada, é perigosa pois PODE trazer o risco de contaminação por doenças como HIV, hepatites, entre outras, que podem ser transmitidas pelo leite materno”, alerta a enfermeira.

A alimentação da mãe também se reflete no leite que ela produz, e por isso Ivone orienta que a mulher siga uma dieta equilibrada enquanto está amamentando. “Ou seja, consumir mais alimentos naturais, como frutas, verduras, carnes bem cozidas, e evitar alimentos gordurosos, processados e industrializados, que podem conter substâncias capazes de fazer mal para o bebê”, enumera.

Dúvidas e orientações

Ivone ressalta que a amamentação é um processo natural, mas PODE gerar inseguranças e desafios, e por isso recomenda às mães buscar a REDE de saúde para quaisquer esclarecimentos ou orientações.

“Confie em si e procure ajuda na unidade de saúde mais próxima de sua casa sempre que estiver com dúvida. Você não está sozinha. Cada mãe e cada bebê têm um ritmo. Acredite que está fazendo o melhor para você e para seu bebê”, conclui.

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Texto – Jony Clay Borges/Semsa

Fotos – Divulgação/Semsa

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