Prefeitura de Manaus capacita mais de mil profissionais de saúde no combate à hanseníase 

O treinamento de “Mobilização e Sensibilização à Hanseníase”, promovido pela Prefeitura de Manaus, desde maio deste ano, foi finalizado com a capacitação de 1.097 profissionais da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), direcionado para Agentes Comunitários de Saúde (ACS), técnicos em enfermagem e assistentes administrativos que atuam em unidades de saúde nas zonas Norte, Sul, Leste, Oeste e rural.

A chefe do Núcleo de Controle da Hanseníase (Nuhan/Semsa), Ana Cristina Silva Malveira, explica que o treinamento teve como objetivo fortalecer as ações de vigilância, prevenção e controle da hanseníase, qualificando o acolhimento aos usuários dos serviços de saúde na Atenção Primária.

“O objetivo foi ampliar a capacidade dos profissionais de saúde na identificação precoce de sinais e sintomas, sensibilizando inclusive os que atuam no primeiro acolhimento do paciente na unidade de saúde. É mais uma estratégia desenvolvida pela Semsa para incrementar a detecção de casos novos da hanseníase e o diagnóstico em tempo oportuno, buscando reduzir o percentual de diagnósticos com avançado grau de incapacidade”, informou Cristina Malveira.

O conteúdo programático do treinamento incluiu temas como o conceito de hanseníase; acolhimento às pessoas com hanseníase e seus familiares; a situação atual da hanseníase no Brasil, Amazonas e Manaus; prevenção e como suspeitar da doença; diagnóstico; acompanhamento do tratamento; e complicações da hanseníase e prevenção das incapacidades e deformidades físicas.

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae, que afeta principalmente a pele e os nervos periféricos, podendo causar deformidades e incapacidades físicas, caso o diagnóstico seja tardio. Neste ano, o município de Manaus já registrou 45 casos novos de hanseníase, com 89 casos diagnosticados em 2024.

A transmissão da hanseníase ocorre de uma pessoa infectada pelo bacilo (sem tratamento) para uma pessoa sadia, por meio de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse ou espirro. As chances de transmissão são maiores quando o contato com a pessoa doente é próximo e prolongado. Também é importante realizar a investigação dos contatos que convivem ou conviveram, de forma prolongada, com pessoas diagnosticadas com hanseníase, identificando de forma precoce possíveis novos casos.

“Como resultado do treinamento, já temos observado um incremento significativo nas notificações de casos suspeitos em todos os Distritos de Saúde, evidenciando o êxito da estratégia e seu impacto direto na detecção oportuna da doença, contribuindo para a interrupção das cadeias de transmissão e melhoria dos indicadores epidemiológicos”, afirma Cristina Malveira.

Os sintomas da hanseníase incluem: manchas na pele esbranquiçadas, amarronzadas ou avermelhadas, em qualquer parte do corpo, com perda de sensibilidade ao calor, ao frio, a dor e ao tato, que são mais frequentes nos braços, pernas e costas, mas podem aparecer no corpo inteiro. 

Também podem surgir sensação de fisgada, choque, dormência, cãibras e formigamento em algumas áreas dos braços, mãos, pernas ou pés; inchaço e dor nas mãos, pés e articulações; diminuição do suor e dos pelos, principalmente nas sobrancelhas; redução da força muscular, sobretudo nas mãos (dificuldade para segurar objetos) ou nos pés.

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Texto – Eurivânia Galúcio/Semsa

Fotos – Divulgação/Semsa

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