O encontro reuniu representantes de diferentes áreas e de pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e profissionais ligados ao patrimônio histórico, meio ambiente, saúde pública e design urbano, com o objetivo de alinhar estratégias e integrar novas contribuições ao projeto.
O diretor-presidente da Manauscult, Jender Lobato, destacou a importância do diálogo técnico e da atuação integrada para garantir um projeto sustentável e respeitoso com a história do local.
“Revitalizar a praça Dom Pedro II vai muito além de embelezar o espaço. É um compromisso com a memória da cidade, com a qualidade de vida da população e com o uso responsável do patrimônio público. Estamos unindo cultura, meio ambiente e participação social para construir uma solução duradoura e inteligente”, afirmou.
Durante a reunião, foram apresentados os avanços do inventário das espécies existentes na praça e discutidas alternativas para o plantio responsável, considerando fatores como acessibilidade, segurança, manutenção e preservação dos bens tombados.
A pesquisadora Yêda Arruda, do grupo de pesquisa Árvores do asfalto, da UFAM, reforçou a necessidade de uma visão ampliada sobre a arborização urbana. “Não se trata apenas de plantar árvores, mas de compreender o ambiente como um todo, físico, social e psicológico. Cada espécie escolhida precisa gerar benefícios para a população, sem causar danos ao patrimônio histórico ou ao espaço urbano. Nosso compromisso é com uma arborização planejada, monitorada e responsável”, comentou.
Ela também enfatizou o caráter interdisciplinar do grupo, que reúne especialistas de diferentes áreas para construir soluções que integrem tecnologia, saúde ambiental, educação e economia criativa.
“Trabalhamos com a ideia de saúde ambiental como um todo. Pensamos na beleza do entorno, no bem-estar das pessoas e na convivência entre natureza e cidade. Não é um plantio massivo e sem critérios, e sim um projeto que respeita o contexto e envolve a comunidade”, completou Yêda.
Entre as propostas discutidas estão a criação de nichos de plantio em áreas adequadas da praça, o uso de placas com QR Code para identificação de espécies da fauna e flora, a manutenção inteligente de mobiliários urbanos e a realização de uma pesquisa de escuta com a população.A reunião marcou o fortalecimento do trabalho conjunto entre Manauscult, órgãos municipais e a academia, reafirmando o compromisso da gestão municipal com a preservação histórica e a sustentabilidade.A próxima etapa do projeto incluirá visitas técnicas noturnas para avaliação da iluminação, ajustes no plano de arborização e ações de sensibilização com a comunidade.
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Texto – Jéssica Trajano/Manauscult
Fotos – Thelson Souza/Manauscult