28/03/2025 – 09:58
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Ruy Carneiro: medida essencial para enfrentar desafios impostos pela nova realidade
        O Projeto de Lei 4583/24 assegura atendimento integral a pessoas com ludopatia (vício em jogos de azar), incluindo assistência médica, psicológica, psiquiátrica, social e familiar.
        O texto cria o Programa Nacional de Assistência Integral às Pessoas com Transtorno de Jogo, utilizando as estruturas do Sistema Único de saúde (SUS), do Sistema Único de assistência social (Suas) e da REDE de Atenção Psicossocial.
        A ludopatia ou jogo compulsivo é um transtorno associado à incapacidade de controlar o impulso de participar de jogos de azar, como loterias, bingos e, mais recentemente, as apostas a de quota fixa, popularmente conhecidas como “bets”.
        PrejuízosSegundo o autor, deputado Ruy Carneiro (PODE-PB), o objetivo do programa é permitir que dependentes de jogos de azar possam reduzir os impactos dessa prática em suas vidas, incluindo prejuízos à saúde física, mental e financeira.
        “Um estudo do Banco Central revelou que, apenas em agosto de 2024, cinco milhões de beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões com apostas via PIX”, afirma Carneiro. “Em outras palavras, a cada R$ 5 pagos pelo governo às famílias, R$ 1  foi direcionado para apostas”, comparou.
        Ele acrescenta que, entre 2018 e 2023, o número de pessoas atendidas pelo SUS com problemas associados ao jogo patológico subiu de 108 para 1,2 mil.
        “O suporte psicossocial oferecido aos dependentes e suas famílias por meio do SUS e do Suas garante acolhimento humanizado e tratamento integral, combatendo a estigmatização e promovendo a reinserção social”, defende Carneiro.
        MetasO programa de assistência para pessoas com transtorno de jogo terá como objetivos:
        identificar e tratar pessoas com ludopatia;
        promover campanhas educativas sobre os riscos do vício em jogos;
        estimular a prevenção e a reinserção social dos dependentes;
        desenvolver programas de prevenção com foco em crianças e adolescentes, e
        monitorar e regulamentar a publicidade de jogos de aposta para evitar que atraiam menores de idade.
        O SUS e o Suas deverão oferecer atendimento especializado em saúde mental para pessoas com ludopatia em todas as unidades da REDE de Atenção Psicossocial.
        FinanciamentoO programa será financiado por:
        uma porcentagem dos tributos sobre plataformas de jogos de aposta;
        realocação de recursos do Fundo Nacional de saúde e do Sistema Único de assistência social;
        parcerias com empresas privadas;
        orçamento dos ministérios da saúde e do Desenvolvimento e assistência social; e
        emendas parlamentares.
        Próximas etapasA proposta será analisada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Previdência, assistência social, Infância, Adolescência e Família; de saúde; de Finanças e tributação; e de Constituição e justiça e de Cidadania.
        Para virar lei, o texto precisa ser aprovado pela Câmara e pelo Senado.
        Reportagem – Murilo SouzaEdição – Natalia Doederlein

 
			 
			 
		 
		 
		 
		 
		 
		 
		 
		 
		 
		 
		 
		