Exposições estão abertas à visitação de quarta a domingo, das 15h às 20h, com entrada gratuita

FOTO: Aguilar Abecassis/Secretaria de Estado de Cultura e economia criativa
A Casa das artes, espaço cultural mantido pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e economia criativa, reabriu suas portas na quarta-feira (17/09), em uma noite marcada pela celebração da arte local. O evento reuniu dezenas de pessoas e apresentou exposições que transitam pela fotografia, graffiti, pintura e desenho, reafirmando o espaço como ponto de encontro para a produção artística amazonense.


As exposições vão até o dia 30 de novembro e ficam divididas entre as quatro salas da Casa das artes, além do mural graffiti na rua Barroso, com funcionamento de quarta a domingo, das 15h às 20h. A entrada do público é gratuita.
Durante a abertura da mostra, o curador Cristóvão Coutinho destacou a importância da prática artística no processo de formação e ressaltou a diversidade de linguagens reunidas na exposição. “Cada artista, a partir da pesquisa e do conhecimento, vai encontrando a sua originalidade. Esse é um caminho muito próprio e único”, afirmou.
Ele agradeceu o empenho dos professores do Liceu de artes e Ofícios Claudio Santoro e reconheceu o talento dos artistas participantes, como Teo Onda e Alie, que expõem trabalhos em grafite, Nico Ambrósio, com sua fotografia original, e Tiago Atroch, com uma série de desenhos. Coutinho também chamou atenção para a homenagem prestada ao renomado artista Chico da Silva, assinada pelo grafiteiro Cria.
“A gente canta o Vermelho sem nem saber de onde veio, mas essa composição é do grande Chico da Silva. Ele é um artista importantíssimo e merece ser lembrado”, ressaltou o curador
Entre as mostras em cartaz está “Verão violento”, da fotógrafa independente Nico Ambrósio, que volta a expor individualmente após cinco anos. A fotógrafa comentou sobre a exposição de fotografias, que reúne cinco anos de pesquisa e prática em fotografia analógica, com foco na dinâmica urbana de Manaus.

FOTO: Aguilar Abecassis/Secretaria de Estado de Cultura e economia criativa
“As minhas fotos não são encenadas ou projetadas. Eu simplesmente estou andando na rua e, a partir do meu movimento, vou fazendo as imagens. Acaba que vira também um pouco do meu próprio movimento enquanto moradora de Manaus”, explicou a artista.
A exposição da artista Alie trouxe a potência do graffiti como narrativa de vida e resistência. Usando elementos da infância e de sua trajetória marcada pela arte de rua, a grafiteira também celebrou o espaço cedido na Casa das artes, com o apoio do Governo do Amazonas.
“A primeira sensação que eu tive é de pertencimento, porque esse é um espaço público que também é meu por direito. Minha arte vem da rua e foi marginalizada. Hoje, estar aqui significa ocupar esse lugar, mostrar que nós também fazemos parte da cena cultural”, afirmou.
30 anos do Liceu
A exposição também reuniu trabalhos de mais de 30 alunos do Liceu de artes e Ofícios Claudio Santoro na exposição coletiva “Poética”. Entre as obras apresentadas, estão as que construída a partir de estudos sobre a teoria das cores.
Para o professor do Liceu, Francisco D’Almeida, a mostra representa mais que o aprendizado técnico: “A arte não é apenas estética ou técnica, mas também um projeto de vida. Essa é a oportunidade de os alunos compartilharem seus trabalhos com o público e perceberem que o que produzem tem valor e significado”.

FOTO: Aguilar Abecassis/Secretaria de Estado de Cultura e economia criativa
O artista pernambucano Tiago Atroch também participa da programação com uma seleção de desenhos produzidos ao longo de 15 anos de carreira. Para ele, a reabertura é fundamental para dar visibilidade ao trabalho criativo. “A arte só existe na manifestação dela. Quando está guardada, não acontece. É maravilhoso estar aqui expondo nesse espaço e poder compartilhar esse processo com o público”, disse.

FOTO: Aguilar Abecassis/Secretaria de Estado de Cultura e economia criativa
Exposições
Sala 1 – Mostra Coletiva “Poéticas – A Sensibilidade Estética Através do Desenho e da Pintura”, com obras de estudantes do Liceu de artes e Ofícios Claudio Santoro, que propõem uma pausa para sentir a arte em sua essência.
Sala 2 – “Etnopsico”, de Teonda, traz traços que simbolizam a miscigenação de realismo, abstração e imaginário psicodélico, apresentando figuras indígenas em close-UP com cores intensas e fluidas.
Sala 3 – “Você Vive o que Você Ama?”, da artista Alie, aborda a vivência pessoal desde a infância, reunindo mundos interiores e contornos sociais em uma reflexão sobre desigualdade, inclusão e relações humanas.
Sala 4 – “Verão violento”, de Nico Ambrosio, reúne fotografias em preto e branco que registram o cotidiano visceral de Manaus, revelando contradições sociais e manifestações artísticas nos espaços urbanos.
Espaço Parede – “Sindérese”, de Tiago Atroch, apresenta desenhos em nanquim que dialogam com referências alquímicas, religiosas e regionalistas, explorando a transformação e as faculdades da alma.
Área externa (rua Barroso) – mural “Raízes Amazônicas”, do grafiteiro Cria, em homenagem ao cantor e compositor Chico da Silva, reconhecido como patrimônio cultural da Amazônia.
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