Revogação de confisco de bens é um tema de grande relevância histórica e social. Recentemente, a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que visa tornar sem efeito um decreto que permitiu ao governo brasileiro apropriar bens de indivíduos de ascendência alemã, japonesa e italiana durante a Segunda Guerra Mundial. O decreto-Lei 4.166/42 foi editado pelo então presidente Getúlio Vargas, permitindo que o governo confiscasse bens de indivíduos de países do Eixo, responsabilizando-os por atos de seus governos de origem. Essa decisão provocou controvérsias ao longo das décadas. O relator da proposta, deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), expressou sua posição favorável à aprovação do Projeto de Lei 2239/24, apresentado pelo deputado Kim Kataguiri (UNIÃO-SP). Orleans e Bragança argumentou que a norma era injusta e incompatível com os princípios da democracia. Para ele, o anacrônico decreto, que data de 1942, já se mostrava injusto naquela época. Os imigrantes e filhos de imigrantes de origem alemã, japonesa e italiana no Brasil não deveriam ser responsabilizados pelas ações dos governos de seus países. Essa revogação simboliza um passo rumo à reparação histórica e à construção de um Estado Democrático de Direito. O deputado Kim Kataguiri, autor do projeto, ressaltou a importância de revogar esse decreto, considerando-o um passo simbólico, mas de significativo impacto. É interessante notar que, em 1946, um decreto do então presidente Eurico Gaspar Dutra já tinha devolvido os bens e direitos dos cidadãos italianos. Nos anos subsequentes, a devolução dos bens confiscados de alemães e japoneses também ocorreu, embora de forma gradual. Um exemplo emblemático é o prédio de uma escola japonesa em Santos (SP), que foi ocupada pelo Exército e devolvida à Associação Japonesa de Santos em 18 de junho de 2018, durante as celebrações dos 110 anos da imigração japonesa no Brasil. Os bens que não foram reclamados foram incorporados ao patrimônio da UNIÃO. A revogação do confisco de bens de indivíduos de ascendência alemã e japonesa por parte do governo brasileiro mostra um avanço importante na busca por justiça e igualdade. Agora, a proposta seguirá para análise pela Comissão de Constituição e justiça e de Cidadania. Para que se torne uma lei efetiva, o texto precisa passar pela aprovação tanto da Câmara quanto do Senado. A revogação de confisco de bens representa um momento significativo na história do Brasil, refletindo o desejo de reconciliação e a necessidade de corrigir erros do passado. Os impactos dessa decisão ressoarão nas futuras gerações, simbolizando um compromisso com a justiça e a reparação para aqueles que sofreram injustamente. Assim, seguimos atentos às próximas etapas deste processo legislativo. Assuntos nesse artigo: #revogacao, #confisco, #bens, #alemaes, #japoneses, #italianos, #comissao, #deputados, #projeto, #lei, #democracia, #historia, #justica, #patrimonio, #reparacao, #brasil, #getulio, #segunda_guerra, #kim_kataguiri, #luiz_philippe, #eurico_gaspar