Com uma eficácia de mais de 99%, o Dispositivo Intrauterino (DIU) de cobre é uma das principais estratégias da Prefeitura de Manaus para o planejamento familiar e a prevenção à gravidez não intencional, garantindo maior autonomia da mulher para decidir o momento de ter filhos.
A Secretaria Municipal de saúde (Semsa) oferta a inserção do DIU de cobre em 31 unidades de saúde e, somente no ano passado, atendeu 2.034 mulheres. Além da alta eficácia e de poder ser utilizado por mulheres com contraindicação aos métodos hormonais, o DIU tem a vantagem de ser reversível e de longa duração, podendo ser usado por até 10 anos, a partir do início da inserção.
A chefe da Divisão de Atenção à saúde da Mulher da Semsa, enfermeira Lúcia Freitas, explica que, sendo um método reversível, permite que a mulher decida a qualquer momento pela gravidez, além de beneficiar mulheres que sofrem com efeitos colaterais do uso da pílula anticoncepcional, uma vez que o DIU não funciona à base de hormônios.
“A laqueadura, por sua vez, é um procedimento cirúrgico e uma opção mais definitiva, ao contrário do DIU, que PODE ser retirado em um procedimento simples, feito na própria unidade de saúde, favorecendo a retomada rápida da capacidade de engravidar, logo após a retirada do dispositivo. É um reforço na autonomia da mulher para decidir o melhor momento para gestar”, destaca Lúcia Freitas.
Como contraceptivo, o DIU atua com a liberação de íons de cobre na cavidade uterina, funcionando como um espermicida e diminuindo a mobilidade dos espermatozoides, o que evita a fecundação; a concentração do cobre também tem efeito sobre os óvulos não fecundados, liberados durante a ovulação.
Outra vantagem do DIU é que PODE ser utilizado não apenas por mulheres que já tiveram filhos, mas também por adolescentes e mulheres jovens que nunca tiveram filhos. Também há a possibilidade de ser inserido no pós-parto imediato, sem qualquer prejuízo na amamentação, ou logo após um abortamento, na ausência de infecção materna.
De acordo com Lúcia Freitas, a alta eficácia do DIU ainda tem relação com o fato de que não depende de uma ação efetiva da pessoa para garantir a contracepção.
“Quando a mulher faz uso da pílula, PODE esquecer e deixar de tomar regularmente e no horário recomendado, o que aumenta o risco de gravidez. Com o DIU, depois de inserido, a mulher não precisa ficar lembrando de qualquer medida para garantir a anticoncepção”, apontou Lúcia Freitas.
Ampliação
Desde o ano de 2021, a Semsa vem ampliando a oferta do DIU na REDE municipal de saúde, capacitando profissionais médicos para a inserção e retirada do dispositivo. Em 2021, houve o registro de 131 inserções do DIU e neste ano, entre janeiro e agosto de 2025, o número chegou a 1.753 no município de Manaus.
Lúcia Freitas destaca que o aumento reflete a ampliação na oferta do serviço, que atualmente está disponível em unidades, com a previsão de implantação da inserção de DIU em mais 16 unidades de saúde, até janeiro de 2026
A enfermeira ainda ressalta que alguns mitos impedem que a mulher escolha o DIU como método contraceptivo. Entre eles, é possível apontar falas equivocadas como: “DIU causa infertilidade” ou “causa aborto”, o que é falso, já que o DIU evita a gravidez.
“Em casos raros, a mulher não consegue se adaptar por algum motivo clínico, mas PODE ser feita a retirada normalmente”, informa Lúcia Freitas.
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Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa
Foto – Divulgação / Semsa