Setor portuário – Investimentos em acessos e dragagem

Setor portuário é um dos pilares fundamentais da economia brasileira, sendo responsável por 95% do comércio exterior do país. Em recente audiência pública na Câmara dos Deputados, representantes desse setor reforçaram a urgência de investimentos em infraestrutura, especialmente em acessos terrestres, como rodovias e ferrovias. O deputado Leônidas Cristino, um dos convocadores do debate, destacou que sem melhorias nos acessos, a eficiência portuária fica comprometida.

Durante a audiência, o presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop), Sérgio Aquino, enfatizou a gravidade da situação. Ele revelou que existem portos no Brasil sem acesso ferroviário, o que é inaceitável para um setor tão crítico. “Temos portos no país que nem acesso ferroviário possuem. Isso é um absurdo”, afirmou Aquino, reforçando a necessidade de ações imediatas.

Além das rodovias, outra questão central discutida foi a dragagem, que é o processo de remoção de sedimentos dos canais para garantir a navegabilidade. O diretor-presidente do Instituto Brasileiro de infraestrutura (IBI), Mário Povia, destacou que os acessos estão entre os maiores desafios enfrentados pelos portos. Segundo ele, os problemas não estão localizados estritamente dentro dos terminais, mas sim nas áreas que permitem a movimentação das cargas. A falta de vias adequadas compromete diretamente a eficiência das operações nos portos.

O deputado Leônidas Cristino também alertou que a ineficiência no transporte de cargas PODE levar a atrasos significativos. “Se a carga não chegar devidamente no momento aprazado, aquele porto vai ser ineficiente”, ressaltou ele, chamando a atenção para a relevância de um plano estratégico que potencie o setor portuário.

Da mesma forma, a necessidade de dragagens foi enfatizada. O diretor executivo da Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres (Abratec), Caio Morel, fez menção à última dragagem de aprofundamento no Porto de Santos, que aconteceu em 2011, onde o calado foi aumentado de 13 para 15 metros. “São mais de 15 anos sem uma nova intervenção de infraestrutura”, lamentou Morel. Isso evidencia um descaso que PODE prejudicar o escoamento de cargas e a operação portuária como um todo.

O problema da insuficiência de dragagens é uma preocupação compartilhada entre os especialistas. O secretário nacional de Portos do Ministério de Portos e Aeroportos, Alex Ávila, reconheceu a dificuldade e indicou que o governo deve anunciar em breve a data do leilão para concessão da dragagem e a exploração do canal de acesso ao Porto de Paranaguá (PR). Com esta iniciativa, espera-se desafogar o potencial desse importante terminal.

“Eu sei como é custoso programar um contrato para fazer uma operação e, no final do dia, você não poder usar 100% do potencial do navio. Isso encarece o frete, encarece na ponta, encarece no destino, na origem”, completou Ávila, destacando as repercussões econômicas da falta de infraestrutura.

Em suma, o setor portuário clama por investimentos urgentes em acessos e dragagem, essenciais para otimizar a eficiência das operações e garantir a competitividade no comércio exterior.

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