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Por Agência Amazonas
Governador Wilson Lima apresentou plano de ação para a Operação Enchente 2022, nesta segunda-feira (27/12)
FOTOS: Herick Pereira/SecomCom exceção do Rio Madeira, todas as calhas do Amazonas têm registrado índices superiores à marca histórica. Caso os números continuem altos, a previsão é que, no ano de 2022, todos os municípios do estado sejam atingidos pela cheia dos rios. O alerta foi feito, nesta segunda-feira (27/12), pelo governador Wilson Lima, durante a apresentação do plano de ação para a Operação Enchente 2022.
O planejamento define as medidas do Estado para socorrer as famílias que, possivelmente, enfrentarão prejuízos causados pela subida dos rios da região. O plano observa dados de monitoramento hidroclimatológicos que apontam risco de enchente dos rios acima da normalidade, no ano que vem.
“Estive, há aproximadamente 10, 15 dias, nas calhas do Juruá e do Purus e constatei, junto com as prefeituras e os técnicos, a subida desses rios. Nós já estamos mobilizando toda a nossa estrutura, todos os nossos secretários. Inclusive estamos reunindo, aqui, para discutir ações integradas de socorro a esses municípios e famílias que forem atingidos pela subida dos rios”, disse Wilson Lima.
O titular da Defesa Civil do Amazonas, coronel Francisco Máximo, destacou a ação integrada entre os órgãos estaduais para minimizar o impacto da cheia na vida da população.
“É uma marca desse governo. Desde 2019, quando o governador Wilson Lima assumiu, ele disse: ‘Não chega em lugar nenhum secretaria individual, chega o sistema, chega o Estado’. O Estado se faz representado por todas as suas secretarias, e é assim que nós estamos trabalhando, desde 2019, como um sistema. As secretarias têm trabalhado de forma conjunta para que possam ofertar os melhores serviços e o maior volume de ações, para que o Estado consiga realmente minimizar os impactos e ofertar para a população o máximo de serviços possíveis”, afirmou Francisco Máximo.
Fenômeno – Os altos níveis dos rios do Amazonas são resultado do fenômeno La Niña, um resfriamento no Oceano Pacífico que altera a circulação e potencializa as chuvas na Região Amazônica.
“Ultimamente, os eventos extremos têm sido cada vez mais expressivos, tanto as cheias históricas quanto as secas. A exemplo disso, nós tivemos essa cheia de 2021, e o condicionante para que ela acontecesse é idêntico ao de agora”, pontuou Patrícia Guimarães, meteorologista da Defesa Civil.
Além do La Niña, a especialista também ressalta o aquecimento do Atlântico Sul tropical como responsável pelas chuvas na região. “Ele funciona como uma esteira transportando umidade para a Amazônia, ou seja, mais chuva ainda. Esse é o cenário que a gente se encontra e que vai perdurar até fevereiro”, acrescentou a meteorologista.
Parceria – Conforme Patrícia Guimarães, para que os impactos da cheia possam ser calculados com antecedência, é necessário um trabalho em parceria com os municípios.
“É muito importante que os municípios deem um feedback de como está sendo a resposta da chuva. Ela [a resposta da chuva] é a lâmina d’água que vem aumentando gradualmente no rio, e a gente precisa dessa informação para fazer o monitoramento e entender se a cota desse rio está acima ou não da média”, concluiu.
Índices – Na calha do Rio Negro, onde a maior cheia já resgistrada foi neste ano, o nível está 2,88 metros acima do que estava no mesmo período do ano passado. Em 24 de dezembro de 2020, o rio estava com 20,29 metros de profundidade. No mesmo dia deste mês, chegou a 23,27 metros. Os indicadores têm como referência o município de Manaus.
Além do Rio Negro, o monitoramento do nível dos rios das calhas nas estações dos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos aponta níveis atípicos, acima do esperado para a época. Se as previsões se confirmarem, os primeiros municípios serão atingidos entre a segunda quinzena de janeiro e a primeira metade de fevereiro.