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Promotor pede investigação sobre salários de até R$ 66 mil a defensores públicos do AM

Vívian Oliveira
Vívian Oliveira
Promotor denuncia salários de até R$ 66 mil a defensores públicos (Foto: ATUAL)
Por Felipe Campinas, do Amazonas Atual

MANAUS – O promotor de Justiça Weslei Machado pediu, nesta quarta-feira (14), que o MPC (Ministério Público de Contas), o TCE-AM (Tribunal de Contas do Amazonas) e as promotorias de Justiça de Manaus investiguem o pagamento de salário líquido de até R$ 66 mil a defensores públicos do estado, em violação ao teto constitucional, que é R$ 39,2 mil.

“Temos defensores públicos recebendo remuneração superior a R$ 60 mil, em clara violação a regra do teto constitucional, motivo pelo qual nesta data encaminhei comunicação de ilícito ao Ministério Público de Contas, ao Tribunal de Contas do Amazonas e ao Ministério Publico do Amazonas para as promotorias do patrimônio publico”, disse Machado.

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O promotor, que atua no município de Humaitá (a 590 quilômetros de Manaus), também denunciou que os defensores públicos tem recebido acréscimos indevidos no salário, incluindo adicionais, vantagens e gratificações, o que é proibido pela Constituição da República. Segundo ele, quem recebe por subsídio “não pode receber nenhum penduricalho”.

“Há pagamentos de adicionais, vantagens, gratificações, o que é proibido para aqueles que devem ser remunerados por meio de subsídio. A Constituição Federal determina o pagamento de subsídio para defensores públicos e quem recebe por subsídio não pode receber nenhum penduricalho”, disse Machado.

De acordo com o promotor, o parágrafo 4º do Artigo 39 da Constituição da República estabelece que esses servidores “serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória”.

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Nos ofícios enviados aos órgãos públicos, Machado afirma ainda que algumas verbas pagas aos defensores públicos não estão “especificadas adequadamente no Portal da Transparência” da DPE-AM (Defensoria Pública do Amazonas). Conforme as folhas de pagamento, os penduricalhos são identificados apenas como “outras vantagens”.

A folha de pagamento de janeiro, por exemplo, mostra que um defensor público teve remuneração bruta de R$ 92,8 mil, dos quais R$ 70,1 mil foram identificados como “outras vantagens”. Com abatimentos legais, como a previdência e o imposto de renda, esse servidor recebeu salário líquido de R$ 66,1 mil, ou seja, R$ 26,8 mil acima do teto constitucional.

Machado explica que os órgãos acionados poderão ajuizar ação civil pública ou tentar realizar acordo para cessar a irregularidade. Também poderão apurar o montante de recursos pagos irregularmente, proibir o pagamento de penduricalhos para quem recebe por subsídio e determinar que os defensores públicos devolvam os valores recebidos indevidamente.

A tabela com os salários dos defensores públicos pode ser consultada aqui.

A reportagem solicitou informações da DPE-AM, mas até a publicação desta matéria nenhuma nota foi enviada.

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