Pedro Guerreiro/Ag. Pará
Polícia montada costuma ser usada no controle de manifestações públicas
Duas propostas em análise na Câmara dos Deputados acabam com a utilização de cavalos em operações policiais. As iniciativas foram motivadas pela agressão a animais durante atos de vandalismo ocorridos em Brasília, em 8 de janeiro.
O Projeto de Lei 8/23, do deputado Marcelo Queiroz (PP-RJ), proíbe o emprego de equinos em guarda montada nas cavalarias federais, estaduais e municipais. O texto estabelece ainda um prazo de seis meses para a apresentação do projeto social associado a esses animais, como a equoterapia.
“O uso de cavalos em combate ou operações é ineficaz e desrespeita as boas práticas de bem-estar animal”, disse Marcelo Queiroz. “Na praça dos Três Poderes, um policial foi derrubado, e o cavalo, indefeso, acabou atingido por agressores. Não houve proteção ao policial, e o animal ficou exposto”, criticou.
“Esses animais podem ser utilizados em um método comprovadamente mais eficaz, a equoterapia”, defendeu o parlamentar. “Essa modalidade de terapia já vem sendo aplicada em diversos estados e munícipios”, disse.
Já o Projeto de Lei 277/23, do deputado Fred Costa (Patriota-MG), proíbe, por meio de alteração no Sistema Único de Segurança Pública (Susp, Lei 13.675/18), o emprego de tropa hipomóvel (puxada por cavalos) no enfrentamento de distúrbios civis.
“Além da ineficiência notória desse meio de contenção de distúrbios civis, em Brasília foi possível verificar que os animais e até mesmo os seus condutores ficaram reféns de agressões”, disse Fred Costa referindo-se à invasão das sedes dos três poderes em janeiro deste ano. Para ele, em alguns casos, diante de pessoas a pé, o cavalo pode ainda representar uso desproporcional da força.
Tramitação
As duas propostas ainda serão despachadas para análise pelas comissões permanentes da Câmara.
Reportagem – Ralph Machado
Edição – Natalia Doederlein