ALEAM – Wilker Barreto quer informações do Governo sobre o programa ‘Água Boa’, após parlamentar constatar a falta de água potável em comunidades ribeirinhas 

Redação O Judiciário

O deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania) usou a tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) desta terça-feira, 27, para cobrar informações do Programa Água Boa, projeto do Governo do Amazonas que prevê a implantação de sistemas simplificados de coleta e tratamento de água em comunidades rurais e ribeirinhas no interior do Estado. O pedido ocorre após o parlamentar constatar a falta de água potável vivenciado pelos moradores da Comunidade do Feijoal, localizada em Benjamin Constant, durante viagem ao município no último dia 22 de junho.
Em seu pronunciamento, Wilker expôs a realidade enfrentada pelos moradores de Feijoal, considerada o maior polo indígena do município com 4,9 mil indígenas da etnia tikuna, que sofrem há anos com a escassez de recurso para consumo próprio, obrigando crianças e adultos a beberem água não tratada misturada com lama dos igarapés, colocando as suas vidas em risco. Na ocasião, o deputado exibiu o relato da cacica Célia Joaquim Farias, líder da comunidade, que clama pela ajuda do Poder Público para ter acesso ao líquido de forma potável.
Diante da problemática, o deputado questionou o porquê da comunidade não estar sendo atendida pelo Executivo estadual, através do programa Água Boa.
“Como é que uma comunidade de 4 mil pessoas não está no radar do programa Água Boa? Escutei depoimentos na comunidade de Feijoal que famílias aparam água da chuva do telhado com fezes de pássaros e de morcego, como que se pode ter atenção básica à saúde bebendo água com lama?”, ponderou Barreto.
Barreto afirmou que pedirá informações e esclarecimentos da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Região Metropolitana de Manaus (Seinfra) solicitando informações sobre o programa Água Boa, que custou cerca de 3,5 milhões de amazonenses.
“O que foi feito com o programa Água Boa? Porque de 2020 pra cá se passaram três anos, já era pra estar levando água tratada e potável para muita gente no interior. Se uma comunidade de 4 mil pessoas não tem poço, imagina aquelas menores, por isso, vou cobrar informações a respeito desse programa, aquele povo não merece passar por essa realidade que muitos desconhecem”, finalizou.
 
“Estamos morrendo”
No dia 23 de março, durante Cessão de Tempo concedida por Wilker na Assembleia Legislativa, o cacique Elias Prudêncio resumiu o drama da falta de água potável enfrentado por moradores da sua comunidade, em São Domingos, localizada no município de São Paulo de Olivença, distante 984 quilômetros de Manaus. “Estamos morrendo”, relatou o líder comunitário, na ocasião.
Emendas
Para diminuir o sofrimento das famílias que moram no interior, Wilker já destinou R$ 870 mil em emendas parlamentares para três municípios do Amazonas, no intuito de levar água potável para as comunidades ribeirinhas. Foram elas: R$ 500 mil para construção de poços artesianos e aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas em São Paulo de Olivença; R$ 300 mil para a instalação da rede de distribuição de água para as comunidades rurais de Itacoatiara e R$ 70 mil para a construção de dois poços artesianos para atender as necessidades dos moradores da Comunidade do Juí, em Santo Antônio do Içá.

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