‘Situação grave e vergonhosa’, diz Comandante Dan ao cobrar ações do governo sobre insegurança alimentar no Amazonas

​O deputado Comandante Dan (Podemos) exigiu, nesta terça-feira (7/5), que o Executivo Estadual tome medidas para combater a fome. Ele fez essa declaração após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelar que 530 mil domicílios no Amazonas, de um total de 1.244, enfrentaram insegurança alimentar em 2023. O termo “insegurança alimentar” se refere às dificuldades que os moradores desses domicílios enfrentam para ter acesso a alimentos em quantidade suficiente e de qualidade adequada. Pode ser leve, quando a preocupação é com o futuro; moderada, quando apenas os adultos da casa sofrem restrições; ou grave, quando tanto os adultos quanto as crianças residentes no domicílio sofrem restrições severas. Durante seu discurso, o parlamentar pediu ações para ajudar a população vulnerável. Ele destacou que, em números absolutos, dois milhões de amazonenses, o que equivale a 42,6% da população, vivem em insegurança alimentar, o que coloca o estado em quarto lugar no ranking, atrás apenas de Sergipe, Pará e Maranhão. “Quando falamos de insegurança alimentar grave, que é quando há fome, subimos para o segundo lugar no percentual de domicílios afetados em 2023, com 9,1%, ficando atrás apenas do Pará, com 9,5%”, enfatizou o deputado. Comandante Dan também ressaltou que essa é uma situação grave e vergonhosa, especialmente considerando que 64,2% da população do estado vive na Região Metropolitana de Manaus e que a capital amazonense tem o quinto maior Produto Interno Bruto (PIB) entre as cidades brasileiras. “Fica evidente que há uma grande concentração de riqueza”, afirmou Dan. Fome e violência Ele relacionou a insegurança alimentar aos altos índices de violência no estado, que estão muito acima da média nacional. “Onde o poder público não está presente de forma efetiva, oferecendo soluções de trabalho e renda para a população, o crime organizado se aproveita dessa fragilidade, ameaçando as pessoas ou as recrutando como trabalhadores, em busca de alguma forma de sustento para ter uma vida mais digna. Não há cidadania para quem passa fome”, explicou. Soluções O deputado defendeu a implementação de um plano integrado de segurança pública, com uma ampla agenda de ações de assistência social. Isso inclui programas de renda mínima e a expansão dos benefícios de assistência contínua, além de incentivar a produção rural adequada à região e realizar obras de infraestrutura no interior para gerar empregos e dinamizar a economia. “A Amazônia está no centro das atenções do mundo e nós, no Amazonas, somos a maior e mais preservada parte da floresta amazônica do planeta. As pessoas precisam entender que a fome também é responsável pela destruição da região. As populações nativas não destroem voluntariamente, elas o fazem para alimentar seus filhos. É hora de mudar essa realidade”, concluiu.  

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