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Prefeitura de Manaus reforça ações de assistência às famílias do bairro Redenção e dá continuidade ao trabalho em encostas de áreas de risco

O Judiciário
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Como parte das ações de assistência realizadas em resposta ao deslizamento ocorrido no último domingo, 19/1, no bairro Redenção, zona Centro-Oeste, a Prefeitura de Manaus reforça as ações do Plano de Contingência do Município (Plancon). Criado em 2024, o Plancon foi posto em prática no atendimento das famílias com a Defesa Civil atuando na coordenação das medidas a serem adotadas pelas demais secretarias municipais, em parceria com órgãos públicos do Estado e com as prestadoras de serviços, como as concessionárias de energia e água da capital.

O Plano de Contingência é o primeiro elaborado por uma gestão municipal, por meio da Defesa Civil, e tem como objetivo estabelecer ações a serem tomadas em quatro cenários: chuvas intensas, cheia, estiagem e incêndio, para adoção de medidas de prevenção ou mitigação de desastres na capital. As ações integram também o trabalho de contenção de encostas, as chamadas “erosões”, que em quatro anos do primeiro mandato de gestão do prefeito de Manaus, David Almeida, alcançou 32 áreas de risco.

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Um relatório elaborado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), aponta a zona Norte como a de maior cobertura pelos trabalhos de contenção. Foram 12 só nessa área. 

“A incidência do nosso trabalho está na zona Norte. Das 12 erosões onde trabalhamos, cinco foram no bairro Nova Cidade, que, conforme laudo do nosso corpo técnico, possui a combinação de terrenos inclinados e alta densidade populacional, além de áreas de ocupação irregular, que aumentam significativamente o risco de deslizamentos, especialmente durante o período de chuva”, explica o prefeito David.

Estudos técnicos identificaram a região como uma das mais vulneráveis da cidade, e, por isso, se tornou prioridade nas ações da prefeitura. Essas intervenções buscam proteger as famílias que vivem próximas às encostas e minimizar os impactos das chuvas, refletindo o compromisso da gestão em atender as áreas mais críticas de Manaus.

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“A contenção de encostas é uma prioridade da gestão municipal, porque envolve a segurança de milhares de famílias em áreas de risco. Desde o primeiro mandato, o prefeito David se ateve a cuidar desses pontos. Para isso, temos equipes técnicas na Seminf, mapeando, listando, identificando prioridades e tipificando o que precisa ser feito em cada caso”, destaca o vice-prefeito e secretário de Obras, Renato Junior. 

Para evitar que a população invada ou utilize inadequadamente as áreas recuperadas, a gestão do prefeito David Almeida implementou projetos como a construção de praças, academias ao ar livre e outros espaços públicos. Essas intervenções visam não apenas proteger as áreas reabilitadas, mas também oferecer opções de lazer e promover o uso sustentável, garantindo que não ocorram novos processos erosivos nos locais recuperados.

“São 600 pontos desses da cidade de Manaus, desses 600, quase 90 são pontos de alto risco. Desses 90, nós já refizemos 32. Esse trabalho é baseado em estudos técnicos e parcerias com a Defesa Civil, sempre com soluções sustentáveis e planejamento. Sabemos dos desafios, mas seguimos comprometidos em ampliar essas ações e construir uma cidade mais segura para todos”, complementa. 

Das 32 erosões contidas, 12 foram na zona Norte (cinco no Nova Cidade, quatro no Cidade de Deus, uma no Monte das Oliveiras, uma no Santa Etelvina, uma na Cidade Nova); 10 na zona Leste (duas no Distrito Industrial, duas no Mauazinho, uma no Colônia Antônio Aleixo, uma no São José, três no Jorge Teixeira, uma no Gilberto Mestrinho); três na zona Oeste (uma no São Raimundo, uma na Compensa, uma no Tarumã); três na zona Centro-Oeste (duas no Planalto, uma no Alvorada); duas na zona Sul (uma no Petrópolis, uma na Cachoeirinha); duas na Centro-Sul (uma em Flores, uma na Chapada).

Para os próximos anos, a prefeitura prevê um investimento de cerca de R$ 65 milhões em outras 13 áreas críticas previamente mapeadas nos bairros do Mauazinho, Gilberto Mestrinho, Nova Floresta, Jorge Teixeira, Cidade Nova, Nova Cidade, Petrópolis e Cidade de Deus.

“A gente sabe que as pessoas não escolhem morar em área de risco, que elas estão ali, muitas vezes, por questões sociais. As circunstâncias da vida levaram elas a morar em locais como esses. E a nossa obrigação enquanto Poder Público, é amparar e propiciar melhores condições de vida. A gente não pode, muitas vezes, estar em todos os lugares, mas estamos cientes de que nosso trabalho é recorrente e deve ser, acima de tudo, pelas pessoas, pelo povo de Manaus”, afirma Renato Junior.

Causas

Dentre as principais causas de deslizamento na capital, a Seminf constatou que as recorrentes são: o descarte incorreto de lixo em topos de encostas, a sobrecarga de sistemas de drenagem de águas pluviais devido à conexão indevida de tubos de água, a chamadas “ligações clandestinas”, e a construção de moradias em áreas consideradas impróprias. 

Durante a atuação da prefeitura no acolhimento e na busca às famílias atingidas pelo deslizamento no bairro da Redenção, o vice-prefeito e secretário de Obras, Renato Junior, explicou o trabalho realizado. “Houve um deslizamento de terra por conta de uma ligação irregular de tubulação de água na rua de cima, que infiltrou e fez com que esse barranco caísse em cima dessas casas. Uma pessoa foi beneficiada na rua de cima e todo o restante foi prejudicado. As máquinas não poderiam ser colocadas aqui dentro, porque é de difícil acesso”, disse Renato Junior, enquanto acompanhava as buscas.

O subsecretário de Defesa Civil de Manaus, Gladston Silva, disse que o órgão realizou a apuração sobre o deslizamento, identificando três causas: a chuva intensa, com 63 milímetros de água na região; o ligamento clandestino de água; e pelo corte indevido do barranco para expansão dos terrenos. 

“O barranco saturou, a chuva foi muito forte. Com o barranco saturado pela ligação clandestina, então logo, com a chuva, o barranco não suportou e veio abaixo. O terceiro fator que causou a perda da vida, daquelas duas pessoas, se refere aos cortes que foram feitos indevidamente naquele talude. Fizeram por duas vezes esse corte. O segundo corte ficou atrás da casa, um barranco com mais de 4 metros reto atrás quando ocorreu deslizamento”, esclareceu. 

Defesa Civil

A Secretaria Executiva de Proteção e Defesa Civil de Manaus realiza o monitoramento contínuo das áreas de risco na cidade. Entre junho de 2021 a janeiro de 2025, registrou um total de 6.554 atendimentos. Número que ainda está sendo atualizado com as ocorrências do último fim de semana.

As ocorrências incluem uma ampla variedade de situações, como deslizamentos de barranco, alagações, riscos de tombamento e diferentes tipos de deslizamentos. Esses dados reforçam o compromisso da Defesa Civil em monitorar, prevenir e atender de forma eficiente as demandas da população em áreas de risco.

Esse trabalho é possível graças à parceria com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que identifica e classifica essas áreas conforme o grau de risco, que varia de R1 (baixo risco) a R4 (risco muito alto).

Por meio desse monitoramento, a Defesa Civil elabora laudos técnicos detalhados, essenciais para subsidiar a implementação de políticas públicas voltadas à recuperação e à segurança dessas áreas. O objetivo é garantir a proteção das comunidades e minimizar os impactos causados por possíveis desastres.

— — —Texto – Alessandra Taveira/Gabinete Vice-Prefeito, Geraldo Farias/Semcom e Valesca Martins/SeminfFotos – Carlos Oliveira/Gabinete Vice-Prefeito, Márcio Melo/Seminf e Antonio Pereira / SemcomDisponíveis em – https://flic.kr/s/aHBqjBYPz2  

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