COP 30 é a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, e sua realização no Brasil representa uma oportunidade única para o país. A Câmara dos Deputados aprovou um acordo que oficializa a cidade de Belém (PA) como sede deste evento crucial, programado para ocorrer de 10 a 21 de novembro de 2025. Este acordo detalha as obrigações que o Brasil deve cumprir para receber participantes do secretariado da ONU e dos países que irão participar ou observar a conferência.
O Projeto de decreto Legislativo (PDL) 615/25, que sedimenta este acordo, estabelece os aspectos logísticos e jurídicos necessários para garantir que a COP 30 aconteça de acordo com as normas exigidas pelas Nações Unidas. A relatora do texto, deputada Dilvanda Faro (PT-PA), enfatizou a importância do evento para a imagem do Brasil no cenário internacional, especialmente no contexto das discussões sobre mudanças climáticas.
A realização da COP 30 em Belém é vista como uma chance valiosa para o país se destacar em negociações multilaterais. Além disso, a escolha de Belém proporciona uma oportunidade de colocar a Amazônia em evidência e discutir sua preservação. Segundo a deputada, “a conferência transforma-se em um vetor de transformação ambiental, econômica e social, reafirmando o Brasil como líder global no combate às mudanças climáticas”.
O acordo também prevê a garantia de infraestrutura necessária, incluindo espaços adequados para diferentes tipos de reuniões, atendimento médico de emergência, segurança, acesso à internet, e outros serviços essenciais. O governo brasileiro se comprometeu a garantir que os participantes tenham acesso a transporte, alimentação no local e tradução simultânea nos seis idiomas oficiais da ONU. Para isso, o Brasil deverá investir cerca de 7,2 milhões de dólares para cobrir custos relacionados ao evento.
Em termos de hospedagem, é mencionado que a cidade de Belém deverá oferecer acomodações adequadas e acessíveis para todos os convidados, incluindo hotéis que respeitem preços de mercado razoáveis. Contudo, essa questão já gerou críticas entre os países participantes, uma vez que os custos de hospedagem podem subir consideravelmente devido à demanda durante o evento.
Para assegurar que haja leitos suficientes, o governo contratou dois navios de cruzeiro que poderão acomodar até 6 mil pessoas, além de reservar aproximadamente 605 quartos para membros do secretariado da ONU.
O debate sobre a realização da COP 30 trouxe diferentes perspectivas entre os deputados. Enquanto alguns ressaltam a importância global e diplomática do evento, outros levantam preocupações sobre a capacidade da região para receber um número tão elevado de visitantes. Algumas vozes da oposição argumentam que o Estado do Pará carece da infraestrutura necessária e critica a escolha de Belém como sede, questionando se o governo realmente possui recursos suficientes para garantir o sucesso do evento.
Independentemente das opiniões divergentes, a COP 30 é considerada um marco importante na agenda ambiental global. O evento eletriza discussões sobre como as nações podem enfrentar a crise climática e promover práticas mais sustentáveis. Além disso, é um momento importante para o Brasil mostrar suas conquistas e compromissos com a preservação ambiental. A realização desta conferência em solo brasileiro não só destaca a importância do país nas questões climáticas, mas também oferece uma oportunidade de engajamento significativo com outras nações.
Acompanharemos a tramitação e os desdobramentos desse acordo no Senado, para garantir que a COP 30 em Belém seja um evento memorável e eficaz na luta contra as mudanças climáticas.
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