Produção do Grupo de Teatro Experimental da UEA une drama e mitologia em uma jornada sobre justiça e redenção


O Teatro Gebes Medeiros, localizado na avenida Eduardo Ribeiro, 937, Centro de Manaus, recebe, nesta quarta-feira (12/11), o ensaio aberto do espetáculo “Cair Para Abel”, às 19h. A apresentação tem entrada gratuita e classificação indicativa de 16 anos.
Com apoio do Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e economia criativa, o ensaio marca uma etapa importante do processo criativo do Grupo de Teatro Experimental da UEA, que vem sendo desenvolvido ao longo dos últimos meses.
A obra mistura drama humano e elementos simbólicos e mitológicos e acompanha a trajetória de três jovens órfãos que vivem no orfanato Cair para Abel e sonham em fugir dali para começar uma nova vida.
O protagonista Aquiles, prestes a completar 18 anos, é atormentado pela lembrança da mãe, Pandora, injustamente condenada por bruxaria e morta pelo cruel Coronel Ares, com o apoio de Apolo, um homem movido pela vingança. Entre o amor por Esmeralda e a necessidade de romper o ciclo de opressão que marca seu destino, Aquiles se vê em um conflito que atravessa todos os personagens.
Para Danny Padilha, integrante do Grupo de Teatro Instrumental, o momento representa o amadurecimento de um longo processo coletivo: “É um trabalho que vem sendo construído há bastante tempo. Eu espero que a história chegue para todos da maneira mais acessível possível. São pautas que merecem ser tocadas e faladas com outra vertente, mas sem deixar de serem selecionadas e cuidadas”, destaca.


A encenação também propõe uma reflexão sobre o próprio fazer teatral e o papel do público na construção da cena. O ensaio aberto é, segundo o grupo, um espaço de troca e experimentação, no qual o processo se torna parte essencial da experiência artística.
A atriz Álvaro Vasques reforça a importância do encontro com o público nesta etapa: “Quando tratamos de lugares que precisam ser revisitados como pontos de memória, o ator ajuda a construir o personagem à sua maneira, entendendo também o início e o fim desse processo, a construção de energia e de sinestesia, que possa atravessar o espectador de alguma maneira”, afirma.
O título “Cair Para Abel” faz referência ao castelo Cair Paravel, das Crônicas de Nárnia, e à referência bíblica de Caim e Abel, uma fusão que traduz o espírito da obra, marcada por dualidades entre o real e o imaginário, o bem e o mal, a fé e o poder.
