Manaus amplia rede de atendimento e promove alinhamento para esporotricose humana na zona Oeste

Encontros em 27/11 reuniram 60 médicos no Complexo de saúde Oeste para alinhar fluxo de diagnóstico, tratamento e vigilância da esporotricose humana.

A Prefeitura de Manaus, por meio do Disa Oeste vinculado à Semsa, encerrou nesta quinta-feira, 27/11, a série de três encontros com médicos para o alinhamento conceitual no acompanhamento de pacientes com esporotricose humana. A programação ocorreu no auditório do Complexo de saúde Oeste, no bairro da Paz, zona Oeste, e reuniu 60 profissionais que atendem em 18 unidades de saúde.

Ampliação da REDE e objetivos do alinhamento

O encontro integrou a estratégia de ampliação das unidades de referência no atendimento à esporotricose, que passou de 11 para 18 unidades na zona Oeste neste ano, segundo a gerente de Vigilância em saúde do Disa Oeste, enfermeira Rúbia Medeiros. O objetivo foi padronizar o acompanhamento dos pacientes e organizar o fluxo de diagnóstico, tratamento e vigilância em saúde.

Conforme a gerente, o alinhamento abordou as manifestações clínicas da doença, o fluxo da REDE municipal, a importância da notificação de casos e o cenário epidemiológico em Manaus. “A ampliação no número de unidades de saúde é importante para atender a demanda existente hoje. O acompanhamento do paciente com a doença não dura apenas um mês e o tratamento PODE durar até seis meses, com necessidade de consultas periódicas”, informou Rúbia Medeiros.

Transmissão e sinais clínicos

A esporotricose é uma zoonose causada por fungos do gênero Sporothrix e PODE afetar pessoas e animais, especialmente gatos. Em animais, os sinais mais comuns são feridas profundas na pele. Em humanos, os sintomas iniciais surgem como lesões similares a uma picada de inseto e podem evoluir para feridas profundas sem tratamento adequado.

O fungo PODE ser transmitido por contato com materiais contaminados, como casca de árvores, palha, farpas, espinhos ou terra. O contato direto com animal contaminado transmite a doença por meio de arranhões, mordidas ou contato com pele lesionada.

saúde do trabalhador e profilaxia da raiva

Durante o alinhamento também foram debatidos temas de saúde do trabalhador e a profilaxia da raiva humana. Rúbia Medeiros destacou a necessidade de notificar casos quando o paciente trabalha em ambientes de risco, como clínicas veterinárias. “É importante que os médicos fiquem atentos para a notificação de casos de pacientes que trabalham, por exemplo, em clínicas veterinárias, sendo necessário a notificação como um agravo relacionado ao trabalho”, explicou.

Acompanhamento clínico e riscos de complicação

A médica Angélica Menezes de Lima Pinto, que atua no atendimento à esporotricose humana desde 2021 na unidade Vila da Prata, foi uma das palestrantes. Ela orientou que pessoas em contato com animais com confirmação da doença devem observar sinais iniciais. “O paciente PODE apresentar lesão sugestiva no local da arranhadura ou mordedura, que geralmente surge como uma picada de mosquito e PODE evoluir para uma úlcera aberta que não cicatriza”, apontou Angélica Pinto.

A médica alertou para maior risco de complicações em pacientes com comorbidades como diabetes ou hipertensão e em casos de abandono do tratamento. Segundo ela, o acompanhamento deve ocorrer em consulta mensal, mas PODE ser necessário convocar consultas a cada 15 dias.

Cobertura municipal e números do surto

A chefe do Núcleo de Controle de Doenças de Notificação Compulsória e Agravos Imunopreveníveis da Semsa, Sulamita Maria da Silva, informou que a REDE municipal ampliou o atendimento: 18 unidades na zona Oeste, seis na zona Norte, cinco na zona Sul e seis na zona Leste. O Disa Sul passou de uma para cinco unidades este ano. Profissionais do Disa Leste estão em capacitação para ampliar o serviço em mais duas unidades.

O objetivo, de acordo com Sulamita Maria, é garantir atendimento próximo à residência do paciente e acesso rápido às consultas recomendadas. De janeiro a outubro deste ano, foram notificadas 1.985 ocorrências de esporotricose humana em Manaus, com 1.569 confirmações até o momento.

Texto – Eurivânia Galúcio/Semsa

Fotos – Divulgação/Semsa

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