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Alunos da rede estadual se aproximam da cultura dos povos indígenas por meio de projeto interdisciplinar

Em aula prática, estudantes visitaram a Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (Amarn)

Foto: Eduardo Cavalcante/Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar

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Estudantes do Centro de Educação de Tempo Integral (Ceti) Elisa Bessa Freire, na zona leste de Manaus, visitaram a Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (Amarn), no bairro Aleixo, zona centro-sul da cidade. A atividade de aula prática, de terça-feira (02/04), integra a programação de um projeto interdisciplinar planejado pela escola em dezembro de 2023.

A aula prática foi complementar às atividades já desenvolvidas no ambiente escolar. A partir da união entre as aulas teóricas e de campo, a ideia é encerrar o projeto, no dia 12 de abril, com apresentação de objetos da cultura indígena, que serão confeccionados pelos próprios alunos.

“Essa atividade compreende dois momentos: na sala de aula, porque a discussão não termina, nem começa nos eventos; e, a partir da sala de aula, é que vem essa programação [na prática]. Já tivemos debates na escola, rodas de conversa e apresentação de documentários para iniciar essa temática”, explicou o professor de Ensino Religioso, Manoel Barbosa Neto.

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Durante a visita, os alunos conheceram produtos artesanais fabricados pelas associadas, tiraram dúvidas sobre a cultura indígena e sobre a história da associação.

Foto: Eduardo Cavalcante/Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar

Os estudantes também tiveram a oportunidade de conhecer danças indígenas e alguns dos instrumentos musicais utilizados pelos povos originários. Para a comunidade escolar, foi um momento de aprendizado e descobertas sobre a própria ancestralidade.

“É escondida essa parte da nossa cultura, que está no nosso sangue. Eu achei importante aprender sobre os instrumentos, sobre a história da associação. É importante para que a gente crie laços com as nossas raízes, com o nosso povo e valorizar o que é nosso”, disse a estudante do 8º ano, Ketlen Montenegro, de 13 anos.

“Eu acho muito linda a cultura indígena. É muito importante aprender porque na minha escola tenho dois colegas indígenas e a gente precisa aprender para nos comunicar com eles. Eu espero levar muitas recordações daqui”, disse o estudante Luan Bezerra Peres, 11.

Mulheres indígenas

A Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (Amarn) foi fundada em 1987, a partir de um grupo de mulheres indígenas que vivia em Manaus e sofria as consequências da discriminação e do preconceito social. Atualmente, participam do grupo 82 indígenas de dez povos do Alto Rio Negro: Tukano, Desana, Wanano, Tuyuka, Tariana, Mirity-Tapuya, Karapanã, Baré, Arapaso e Pira-Tapuya.

Foto: Eduardo Cavalcante/Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar

O grupo é mantido pelas próprias associadas, que a cada três anos elegem a mesa diretora. Frequentemente, a associação recebe estudantes de diferentes idades e realiza oficinas que apresentam aspectos da cultura indígena, como a diversidade de línguas, danças e grafismos.

“É importante mostrar nossa cultura para a escola e mostrar nossa riqueza. Os alunos vão conhecer mulheres indígenas que trabalham com o artesanato, que nunca esqueceram a cultura delas. É importante mostrar nossa língua, nossa dança, nossa fala”, disse Joana Montanha Galvão, indígena do povo Desana e vice-presidente da Associação.

Tema transversal

Foto: Eduardo Cavalcante/Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar

Conhecer a história e a cultura dos povos indígenas, da Região Amazônica brasileira, é objetivo de um dos temas transversais abordados pelo Ceti Elisa Bessa Freire.

Os assuntos relacionados à temática serão debatidos durante o ano por todos os componentes curriculares, conforme a necessidade de adaptação aos conteúdos e ao cronograma escolar de atividades interdisciplinares.

“Esse é o compromisso de uma educação cidadã-democrática. Nesse compromisso, nós temos que reconhecer a diversidade cultural. Temos que ter ações concretas”, destacou o professor Manoel Barbosa Neto.

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