Campanha Janeiro Branco do TJAM traz sugestões de filmes que abordam a temática da saúde mental

Portal O Judiciário Redação

As sugestões de filmes feitas pelo Setor de Psicologia da Secretaria de Serviços Médicos do Tribunal serão reforçadas semanalmente, por meio das redes sociais e dos canais internos de comunicação.


 

Todos os dias podemos realizar pequenos atos para preservar a saúde mental e emocional, e, pensando nisso, o Subcomitê de Atenção à Saúde de Magistrados e Servidores e a Secretaria de Serviços Integrados de Saúde do TJAM organizaram, como parte das ações da “Campanha Janeiro Branco”, uma lista de sugestões de filmes que abordam questões relacionadas à saúde mental, sob várias perspectivas e sem estigmas.

Desde 2014, a “Campanha Janeiro Branco” inaugura o ano trazendo esse debate, que é de extrema relevância. O objetivo da ação é levar a sociedade a refletir sobre o tema, de forma a melhorar sua qualidade de vida; proteger a saúde mental; estar atento a sinais de algum desequilíbrio desse quadro e sempre buscar ajuda quando estiver em sofrimento emocional. A campanha é, também, uma grande ação de valorização da vida.

No Judiciário, a programação também atende às diretrizes da Resolução n.º 207, de 15 de outubro de 2015, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que determina a instituição da Política de Atenção Integral à Saúde de Magistrados e Servidores. Um dos principais objetivos é definir princípios, diretrizes, estratégias e parâmetros para a implementação, em caráter permanente, de programas, projetos e ações institucionais voltados à promoção e à preservação da saúde física e mental desses.

“Este ano, em razão da pandemia de covid-19 que ainda não nos permite realizar atividades presenciais com participação de um número maior de pessoas, a campanha continuará sendo desenvolvida virtualmente, por meio de conteúdos sobre o tema nas redes sociais da instituição, e com a sugestão de alguns filmes que, no nosso entender, podem contribuir para a reflexão sobre a questão da saúde mental. As obras escolhidas apresentam impactos de transtornos mentais e ajudam a dimensionar a importância do assunto”, pontuou a psicóloga do TJAM, Sandra Desideri.

Programação

As sugestões dos filmes serão feitas por meio de postagens nas redes sociais do TJAM (Facebook; Instagram; LinkedIn e Twitter) e, ainda, no canal de comunicação interno da instituição, a Intranet. Também será possível acessar as sugestões por meio de um código de barras (QR Code) disponível nos computadores internos das unidades judiciárias, que já estão com um wallpaper alusivo ao “Janeiro Branco”.

Sandra Desideri destaca que o cinema exerce um importante papel para compreender questões relacionadas aos transtornos mentais, independentemente do gênero da produção. “Filmes de comédia, dramas e até mesmo no universo dos super-heróis podem nos ajudar a ter uma visão sobre os impactos causados pela depressão; a esquizofrenia; a ansiedade; entre outros problemas relacionados a saúde mental”, destacou a psicóloga.

Atendimento

É importante salientar também que a Secretaria de Serviços Integrados de Saúde do TJAM (Sesis/TJAM) realiza, mediante atendimento ambulatorial, a prestação direta de assistência médica, odontológica, de enfermagem e psicossocial aos magistrados, servidores, estagiários, dependentes, pensionistas e beneficiários especiais, nas dependências do anexo do Fórum Ministro Henoch Reis, Fórum Desembargador Mário Verçosa e no Centro Administrativo Desembargador José de Jesus Ferreira Lopes.

Atualmente, em razão do quadro da pandemia, os atendimentos do Setor de Psicologia da Secretaria de Serviços Integrados de Saúde do TJAM estão sendo realizados de forma online, com o agendamento das consultas por meio do WhatsApp.


Confira as sinopses dos filmes sugeridos

“Nise – O coração da Loucura”

Nise é um filme brasileiro lançado em 2015 e baseado em acontecimentos reais. O filme retrata a luta que a psiquiatra Nise da Silveira enfrentou ao recusar-se utilizar técnicas de eletrochoque e lobotomia em pacientes tidos como perigosos por conta de seus quadros psiquiátricos irreversíveis.
Os pacientes, diagnosticados com os mais diversos quadros clínicos, eram tratados de forma hostil e padronizada, e a eles eram aplicados os mesmos tratamentos, como se o método utilizado para um fosse indicado para os demais.
No lugar de práticas degradantes, desumanas, que eram recorrentes nos hospitais psiquiátricos, a médica passou a utilizar a arte como tratamento, revolucionando a lógica psiquiátrica válida na época. O método utilizado por ela, foi definido como uma busca artística, científica e política, pois, além de trazer inúmeros benefícios para o desenvolvimento psíquico, também ajudava na maneira em que os internos interagiam entre si.

“Coringa”

O filme faz uma leitura sobre este complexo personagem, “Coringa”. Retrata uma visão mais humana e insana ao mesmo tempo ao expor de forma gradual a enxurrada de desastres pessoais de Arthur Fleck, que nos faz inicialmente enfatizar com o sofrimento desse, que em vez de cair em um tanque de produtos químicos, é adotado e fruto de uma sociedade tóxica.
O vilão, mostra com detalhes sofrimentos de diferentes escalas, na infância vítima de violência doméstica (comportamento violento de um familiar contra outro).

“Uma Mente Brilhante”

Em “Uma Mente Brilhante”, percebemos, por meio da história de John Nash Jr., que o verdadeiro amor pode superar todos os desafios e conflitos da vida. O filme conta a história de John Forbes Nash Jr., um professor de matemática da Universidade de Princeton que luta para superar a esquizofrenia. O ponto alto do filme é a luta que Nash precisa enfrentar pela superação dos conflitos e o incondicional apoio da esposa para que ele consiga.

“O Aviador”

O Aviador narra a história de Howard Hughes, um homem que aos 18 anos herdou uma fortuna milionária do pai e era aficionado pela indústria cinematográfica e por aviação. Mas, toda essa genialidade escondia um homem com transtornos. O filme consegue mostrar suas crises hipocondríacas e como Hugres sofria de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Obsecado por limpeza, ele chega a lavar as mãos até que elas sangrassem.

“O Lado Bom da Vida”

O espectador é mergulhado nas neuroses, agitações, hiperatividades do protagonista que discute Hemingway, às três da manhã, com o pai. O filme indica os diversos rótulos usados para reduzir uma pessoa a um defeito, sintoma ou diagnóstico, esquecendo que por trás existe um ser singular e único, que não pode ser reduzido a qualquer rótulo. Ao abordar os sintomas da bipolaridade, são evidenciados tanto os episódios de euforia quanto os de depressão.
A trama, de fato, personifica na tela os sentimentos internos de diferentes personagens. Aos poucos, identificamos mania, obsessão, compulsão, euforia, descontrole e depressão. De quebra, o enredo evidencia a família disfuncional como fundo. Interessante destacar a importância da arte – a dança – durante o processo, que se revela terapêutico para os dois personagens principais da trama. Como não poderia deixar de ser, o desfecho retorna ao previsível final feliz dos filmes.

“Clube da Luta”

O filme se inicia com um homem que atinge seu limite, seu máximo para com a sociedade capitalista, repleta de regras e imposições. Em outras palavras, o protagonista se desvencilha da realidade a partir do momento em que não mais se suporta.
A dissociação é uma criação de outra parte do indivíduo que critica o tempo todo, que aflige e controla. A resolução do Jack para o rompimento com Tyle se dá quando ele consegue matar uma parte de si, se desvencilhar de tudo o que antes o preocupava, todo o questionamento do que ser, ter, fazer, comprar e de como a sociedade lhe impõe algo e como você realmente quer ser ou não. Refletindo e questionando não apenas o que é dado a nós e empregado, mas o que realmente queremos para nós.

“O Solista”

O filme é baseado em uma história real e fala sobre o prodígio da música clássica portador de esquizofrenia, Nathaniel Anthony Ayres, que após passar por uma escola conceituada, vai morar nas ruas feito um dos milhares de sem teto de Los Angeles, onde toca violino e violão e sonha em tocar num grande concerto e é um eterno apaixonado por Beethoven.

“Cisne Negro”

O filme gira em torno de Ninna (Natalie Portmann), uma bailarina do principal balé da cidade de Nova York em busca de maior destaque, o qual procura obter com disciplina e dedicação férreas na busca da perfeição completa. Ninna não tem outros interesses na vida a não ser a dedicação total à dança, no que conta com o total apoio da mãe, uma ex-bailarina que, ao que tudo indica, não alcançou o sucesso almejado e agora busca se realizar através da filha, com inúmeros indicativos de sentimentos ambivalentes com relação a isso.
Vê-se a onipresença nociva da mãe, com amargura, inveja e até mesmo com sutil violência, ao mesmo tempo em que tenta se alegrar com o sucesso da filha. Há uma relação bastante doentia entre elas, entre a extrema dependência e a hostilidade, nesse caso principalmente da parte da mãe, enquanto Ninna luta para atingir os padrões de garra e sensualidade exigidos pelo diretor, muitas vezes beirando o sadismo.

“Garota, Interrompida”

O que é loucura para você? “Garota, interrompida” nos leva ao mundo de Claymoore, um hospital psiquiátrico repleto de garotas que não necessariamente são loucas, mas muitas vezes apenas mal compreendidas. “Garota, interrompida” é um filme longo e denso, trabalha e explora a mente e nos faz refletir sobre como as pessoas ao nosso redor exercem sobre nós.
Susanna Kaysen (interpretada por Winona Ryder) é uma jovem que acaba de sair da adolescência e entrar na vida adulta, com problemas de comportamento que a fazem tentar cometer suicídio com uma dose de aspirinas e uma garrafa de vodca. Após o episódio, ela passa por uma sessão de psicanálise e, induzida pelos pais, é internada em um hospital psiquiátrico.
Diagnosticada com Transtorno de Personalidade Limítrofre (ou bordeline), Suzanna acaba passando dois anos internada e conhece outras garotas, todas com uma série de transtornos, que mudam a sua vida. Não importa o que aflija essas garotas, na década de 60 todas eram consideradas loucas.
O filme consegue mostrar também como problemas psicológicos eram tratados e banalizados, na época. Quem era considerado louco? Praticamente todos que fugiam de um determinado padrão e, por isso, deveriam ser internados em instituições psiquiátricas. As internas recebem medicação sem nem mesmo saber para que serve, o que acaba até mesmo levando à dependência.

“As Vantagens de Ser Invisível”

O filme narra a história de Charlie (Logan Lerman) um garoto introvertido que acaba de entrar para a high school – o equivalente ao ensino médio (Brasil) nos Estados Unidos – e tem de lidar com um dos maiores temores da adolescência: não ser aceito em nenhum grupo. No entanto, logo nos primeiros dias de aula, o menino é acolhido por uma turma de veteranos desajustados.

“Querido Menino”

Inspirado no livro do jornalista David Sheff chamado “Beautiful Boy: A Father’s Journey Through His Son’s Addiction” que se baseia em situações verídicas pelas quais passou junto ao seu filho. “Querido Menino” aborda a derrocada do jovem Nic Sheff (Timothée Chamalet) pelo uso excessivo de drogas no ponto central e a luta de sua família, principalmente sua figura paterna, David Sheff (Steven Carell), em lidar com essa situação e sua luta para tirar o seu filho das drogas. Com um tema extremamente contemporâneo, onde diversas famílias passam pela mesma situação, a trama traz o vício das drogas como uma doença que precisa ser tratada. O drama consegue tocar o telespectador que se conecta com a história.
Os dois possuem uma relação muito boa, mas o filho sofre bastante com o divórcio dos pais, tornando-se menos sociável e, devido a esses acontecimentos, vulnerável, tendo sua fragilidade e angústia preenchidas através do uso da metanfetamina. Mas, aquilo que era usado irregularmente por Nic torna-se algo constante, causando dependência no uso da droga.

“Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”

Joel e Clementine tinham um relacionamento amoroso e tentavam resolver suas dificuldades. Desiludida com a relação, Clementine decide esquecer tudo submetendo-se a um tratamento que apaga as memórias associadas ao sofrimento, no caso, o relacionamento. Encontrando-se depois com a ex-namorada, que não o conhece mais, Joel se deprime e, frustrado e ainda apaixonado por ela, também decide fazer o procedimento. Durante esse, ele desiste de esquecer a ex-namorada e começa a encaixá-la em outras de suas memórias.
No filme, Joel tenta apagar suas memórias, mas constrói uma saída para manter Clementine nelas. Talvez aí esteja a ideia do que é o brilho eterno numa mente sem lembranças: diante das memórias que estão sendo eliminadas, Joel constrói um espaço de correspondência amorosa entre ele e sua amada, e isso se torna o brilho eterno.






Jéssica Rebello

Arte: Evenson Santiago

Revisão de texto: Joyce Tino

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