Cirurgia de separação das gêmeas siamesas nascidas no Amazonas é bem-sucedida

Portal O Judiciário Redação

Mãe e bebês receberam atendimento integral da SES-AM até a transferência para o centro de referência nacional em Goiânia

Foto: Divulgação / SES-GO

As gêmeas siamesas Eliza Vitória e Yasmin Vitória, nascidas no último dia 9 de abril, na Maternidade Ana Braga, unidade da rede estadual de saúde, foram separadas em cirurgia realizada nesta terça-feira (13/05), no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em Goiânia (GO). O procedimento, considerado um sucesso pela equipe médica, mostra como a ação integrada entre estados pode salvar vidas, uma das características do Sistema Único de Saúde (SUS).

Desde o pré-natal, a mãe das meninas, Elizandra da Costa, que é de Monte Alegre, no estado do Pará, vinha recebendo acompanhamento multidisciplinar pela Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM).

Após o parto, foi montado todo um aparato para o acompanhamento das bebês até a transferência, coordenada pelo Governo do Amazonas, para o centro de referência nacional.

Foto: Divulgação / SES-GO

O procedimento cirúrgico durou cerca de cinco horas e foi conduzido pelo cirurgião pediátrico Zacharias Calil, referência nacional em separação de gêmeos siameses. Conforme nota divulgada pelo hospital, a operação envolveu etapas complexas, como a separação do fígado, órgão compartilhado pelas irmãs, e a reconstrução das estruturas abdominais de cada uma.

A secretária de Estado de Saúde do Amazonas, Nayara Maksoud, destacou a potência do SUS em casos como esse. “Trabalhamos o preparo no Amazonas, até as crianças chegarem ao centro especializado. Um acompanhamento especializado, com todo o aparato necessário e capacidade instalada, com segurança, envolvendo uma equipe multiprofissional. Preparamos uma logística para que elas pudessem chegar com segurança a uma referência especializada, permitindo que esse procedimento cirúrgico acontecesse. É uma alegria muito grande para todos os profissionais envolvidos”, ressaltou Nayara Maksoud.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), a cirurgia precisou ser antecipada após o agravamento do quadro respiratório de Eliza, que passou a depender de ventilação mecânica. A condição impactou diretamente Yasmin, cujo coração começou a apresentar sinais de sobrecarga.

Após o sucesso da cirurgia, Eliza e Yasmin foram encaminhadas à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde já aguardam as equipes multiprofissionais para o início do acompanhamento pós-operatório.

Acompanhamento integral

A mãe das gêmeas, Elizandra da Costa, natural do Pará, optou por vir para Manaus, onde o atendimento de urgência e emergência obstétrica neonatal é referência no estado. Iniciou o pré-natal em novembro de 2024 na Maternidade Nazira Daou, especializada em gestação de alto risco.

Foto: Divulgação / SES-GO

Eliza e Yasmin nasceram em 9 de abril de 2025, na Maternidade Ana Braga, com a condição rara de tórax-onfalopagia, em que estão unidas pelo tórax e abdômen. No dia 12 de abril, foram encaminhadas à Fundação Hospital do Coração Francisca Mendes (FHCFM), onde uma equipe de 50 profissionais realizou exames para concluir o diagnóstico.

O Governo do Amazonas mobilizou mais de 100 profissionais para o acompanhamento integral das gêmeas. Dada a complexidade do caso, foi articulada a transferência das irmãs para o Hecad, em Goiânia, via programa de Tratamento Fora de Domicílio (TFD), com apoio do Ministério da Saúde. As gêmeas foram transportadas em UTI aérea, acompanhadas por uma equipe especializada, além da mãe e a avó materna, para dar continuidade ao tratamento.

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