A ação ocorreu na última sexta-feira (23/08), no Fórum Henoch Reis, e foi realizada no contexto da “27.ª Semana Justiça pela Paz em Casa”.
A equipe multidisciplinar do 1.º Juizado Especializado no Combate à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher (“1.º Juizado Maria da Penha”) realizou uma roda de conversa com a participação de mulheres vítimas de violência doméstica.
A ação ocorreu na última sexta-feira (24/08), no Fórum Henoch Reis, e foi realizada no contexto da “27.ª Semana Justiça pela Paz em Casa”.
Voltada para mulheres vítimas de violência e com processos em tramitação no “1.° e no 4.° Juizado Maria da Penha”, a roda de conversa é uma das ações do projeto “Reconstrução Pós-Relacionamento Abusivo”.
De acordo com a psicóloga do “1.° Juizado Maria da Penha”, Suzy Mary Azedo Guimarães, o objetivo da programação foi o de oferecer às mulheres um espaço seguro de acolhimento e reflexões sobre autoconhecimento, a fim de estimular a capacidade de superação e adaptação por meio da resiliência, visando ao bem-estar, assim como favorecendo o empoderamento e o protagonismo feminino.
“Cada participante da roda de conversa tem seu histórico de vida marcado por privações, dores, sofrimentos e a ausência de cuidado. Algumas integrantes dessa atividade manifestaram que estão desenvolvendo novas habilidades nas relações interpessoais visando ao seu bem-estar, uma vida sem violências e adquirindo mais autonomia sob suas próprias escolhas e melhoria da sua qualidade vida”, explicou Suzy Mary Azedo Guimarães.
A atividade também funcionou como aprendizado para a estagiária de Psicologia do 1.° Juizado, Áthina Giovanna Pereira de Sousa, que avaliou o encontro como uma ação que oportunizou às mulheres um espaço para expressar seus sentimentos, dores e vivências. “A atividade foi conduzida com o intuito de abordar temas referentes aos processos de autoconhecimento e resiliência, mas, definitivamente, o que enriqueceu a conversa foram os relatos das experiências pessoais de cada integrante. Na ocasião, foram trazidos temas, como a dificuldade de olhar para as necessidades e fragilidades que todos temos, além de dicas de como fortalecer e aprimorar os aspectos positivos da vida das participantes”, avaliou a estudante.
Histórias de superação
Para as participantes da roda de conversa, o momento foi de autoconhecimento e renovação.
“Eu sofri violência psicológica e tudo piorou quando eu descobri que ele estava me traindo. Passei a sofrer violência verbal também. Resolvi que não era o tipo de vida que eu queria para mim e para minhas crianças. No dia que saí de casa com elas, ele ficou ainda mais violento. Quebrou várias coisas e jogou diversos objetos em mim. Foi horrível. Só pude levar o que ele jogou na rua. No dia seguinte, fiz o boletim de ocorrência e na Delegacia da Mulher me disseram que eu poderia entrar com a medida protetiva. Fiz isso por mim e pelas minhas filhas”, contou A. M. S. que vivenciou um relacionamento de nove anos que se tornou abusivo.
Outra participante avalia a importância da troca de experiências. “Considero muito válido participar das reuniões. Sempre saio mais leve. É uma terapia para mim. É importante escutar as histórias de outras mulheres, saber que tenho um local onde posso contar minha história sem ser julgada”, afirmou F. G. D., que vivenciou agressões físicas e psicológicas pelo período de dois anos de casamento.
“Quero parabenizar a equipe multidisciplinar envolvida e agradecer o acompanhamento das assistentes sociais, educadas e preocupadas com o bem-estar das participantes. Aqui ouvimos muitas histórias de recomeços e senti algumas muito machucadas tentando, como eu, levar uma vida normal. Hoje, o Estado foi quem me acolheu, me protegeu mais que meus parentes ou conhecidos”, afirmou uma das participantes que preferiu não ser identificada.
#PraTodosVerem: Imagem principal que ilustra a matéria traz o registro fotográfico da roda de conversa com a participação de mulheres vítimas de violência doméstica realizada pela equipe multidisciplinar do 1.º Juizado Especializado no Combate à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher (“1.º Juizado Maria da Penha”) realizada na última sexta-feira (24/08), no Fórum Henoch Reis, dentro do contexto da “27.ª Semana Justiça pela Paz em Casa”.
Texto: Sandra Bezerra
Fotos: Acervo
Revisão textual: Joyce Desideri Tino
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