08/05/2025 – 10:54
Mário Agra/Câmara dos Deputados
Marussa Boldrin: isolamento geográfico contribui para violência contra mulher na área rural
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 4695/24, que cria uma política nacional de enfrentamento à violência contra a mulher nas regiões rurais. A proposta, do deputado Fausto Pinato (PP-SP), foi aprovada por recomendação da relatora, deputada Marussa Boldrin (MDB-GO).
Marussa afirmou que o texto propõe medidas concretas para enfrentar a violência contra as mulheres no campo, apesar da ausência de uma rede de apoio próxima e do isolamento social e geográfico.
“A distância dos serviços essenciais, especialmente os de saúde e proteção, amplifica as dificuldades enfrentadas pelas mulheres no campo, expondo-as a exclusão e obstáculos no acesso a cuidados fundamentais”, observou a relatora. “Essas adversidades, profundamente ligadas à opressão de gênero, contribuem para perpetuar o silenciamento dessas mulheres, dificultando sua luta por direitos e segurança.”
Ainda segundo Marussa, a proposição se alinha com os objetivos de igualdade de gênero, beneficiando mulheres e as comunidades rurais como um todo.
DiretrizesAs diretrizes da política de enfrentamento à violência contra a mulher nas regiões rurais, que deverá será adotada por estados e municípios, são as seguintes:
realização de campanhas para informar os direitos das mulheres;
fortalecimento de redes de apoio, envolvendo líderes comunitários, professores, profissionais de saúde, para identificar situações de violência;
capacitação das mulheres para aumentar suas habilidades e a independência econômica;
acesso a serviços de saúde, incluindo atendimento médico, psicológico e apoio às vítimas de violência;
capacitação de policiais e profissionais da Justiça;
acesso à Justiça, por meio de clínicas jurídicas móveis, orientação jurídica gratuita e assistência na obtenção de medidas protetivas;
criação de aplicativos para fornecer informações às mulheres em situação de violência;
apoio psicossocial;
promoção da independência econômica, a partir da criação de oportunidades de emprego e renda para mulheres rurais;
avaliação e monitoramento contínuos; e
articulação intersetorial dos programas governamentais já existentes.
Próximos passosO projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Defesa dos Direitos da Mulher; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Para virar lei, o texto precisa ser aprovado pela Câmara e pelo Senado.
Reportagem – Noéli NobreEdição – Marcelo Oliveira