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Debatedores pedem políticas públicas para levar artes marciais às escolas

Portal O Judiciário Redação

08/08/2023 – 15:55  

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Will Shutter / Câmara dos Deputados

Márcio Marinho (centro) defendeu maior apoio público à prática de artes marciais

Debatedores defenderam nesta terça-feira (8) políticas públicas para levar as artes marciais às escolas brasileiras. O assunto foi tratado em audiência pública da Comissão do Esporte da Câmara, a pedido do deputado Márcio Marinho (Republicanos-BA).

Na avaliação dos convidados, caratê, judô e outras são importantes instrumentos de formação e de inclusão social, mas é comum os instrutores trabalharem sem apoio, principalmente em comunidades carentes.

O professor Bernardino Teixeira, que desenvolve um projeto de estímulo ao judô na Secretaria de Educação do Distrito Federal, afirmou que as políticas públicas para esporte não chegam às escolas.

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“Muitas vezes o professor é obrigado a tirar do bolso dele, a arrumar o espaço dele, construir o dojô [local do ensino]. Assim como eu, aqui em Brasília têm vários senseis [professores] que estão tocando projetos sociais sozinhos”, afirmou.

Apoio
O presidente da Associação Kamakura de Judô, em Irecê (BA), Antônio da Silva Jesus, corroborou a falta de apoio público para levar as artes marciais às escolas. Toninho do Judô, como é mais conhecido, coordena um projeto social para crianças em situação de vulnerabilidade. Segundo ele, o judô está dando uma nova perspectiva de vida para os alunos.

“A arte marcial faz a inclusão por meio da disciplina, dos valores e do respeito aos mais velhos. Ela proporciona às pessoas que não têm condição vislumbrar coisas que não poderiam realizar se não fosse a arte marcial”, disse.

Convênios
O deputado Márcio Marinho concordou com os palestrantes e também defendeu apoio público para o estímulo da prática das artes marciais nas escolas e comunidades. Segundo ele, é preciso investir em convênios nessa área.

“Se gasta tanto com armas, armando a população, armando o cidadão, ou até própria a polícia, e se gasta tão pouco numa arma muito mais poderosa que é a inclusão em projetos sociais”, disse Marinho.

O presidente da Comissão do Esporte, deputado Luiz Lima (PL-RJ), afirmou que as artes marciais abrem novos caminhos para as crianças. “A luta passa uma sensação para a criança, rapidamente, do que é respeito, do que é conhecer seus limites”, disse.

Projeto
Diogo Silva, assessor especial do Ministério do Esporte, afirmou que as artes marciais integram o projeto Rede de Desenvolvimento do Esporte, que visa democratizar e massificar a prática esportiva pelo País. Lançado pelo ministério neste ano, o projeto deve entrar nos estados que desenvolvem escolas em período integral, outro programa do governo.

“Estamos propondo, em todos os projetos de escola em período integral, que se tenha esporte, e que se tenha a arte marcial. Na Bahia, por exemplo, a gente quer a capoeira dentro da escola”, disse Silva, que é ex-atleta do taekwondo e medalhista de ouro em campeonatos internacionais.

Reportagem – Janary Júnior
Edição – Rodrigo Bittar

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