Delegação de Manaus visita rede de cuidados em cidades do Norte da Itália, no terceiro dia de atividades do Laboratório Ítalo-Brasileiro

O Judiciário

Conhecer as estratégias de saúde e qualidade de vida adotadas pela Região de Emília-Romana para as áreas remotas e com baixa densidade populacional, foi uma das atividades de representantes da Prefeitura de Manaus no terceiro dia do 17º Laboratório Ítalo-Brasileiro (e não só) de Formação, Pesquisa e Práticas em Saúde Coletiva. A programação, realizada durante todo o dia, incluiu apresentações e visitas a serviços de saúde das províncias de Argenta, Portomaggiorre Codigoro e Goro, que se caracterizam pela existência de população escassa, idosa e de baixa renda per capita.Em Argenta, profissionais de diferentes formações demonstraram a implementação de métodos, alguns recentes e apoiados em tecnologias digitais e inteligência artificial, para melhorar o alcance e o monitoramento de saúde das pessoas que vivem na região.A Emília-Romana, região situada ao Norte da Itália, conta com uma área territorial de 2.600 km² e 339 mil habitantes, e vive uma tendência de crescimento, como ocorre no país como um todo. A densidade populacional média é de 129 habitantes por km², mas há localidades onde existem apenas 70 habitantes por km² e, além disso, o crescimento da população idosa é uma realidade.A especialista em Medicina de Comunidade, Rita Marchi, enfatizou que o expressivo aumento da população maior de 65 anos na região tem um conjunto adicional de demandas, nelas incluídas as de saúde. “Uma das ferramentas usadas pelo sistema italiano são as ligações telefônicas para a população idosa, a fim de identificar variáveis que podem estar associadas à produção de saúde”, explicou. O método permitiu verificar que 14% das pessoas ouvidas passa mais de 20 dias com problemas de saúde, maior que a média nacional de 13%, sendo que os maiores percentuais estão entre as mulheres, entre os idosos com vulnerabilidade econômica e entre os idosos com condições crônicas ou deficiências.Neste sentido, o país trabalha para que as unidades de saúde da rede de cuidados sejam locais de fácil acesso e de fácil reconhecimento pela população, com diferentes níveis de densidade tecnológica, e que também sejam lugares de integração do serviço, sobretudo do serviço sanitário, tendo, uma equipe que trabalha em conjunto para atender as necessidades das pessoas e que garanta continuidade assistencial.Ao apresentar especificamente o modelo de Casas Comunitárias em áreas remotas, Marguerita Spatola e Carlotta Serenelli, que atuam na área de gestão de cuidados, defenderam que a essência do conceito de cuidado está na atenção primária, com a equipe multiprofissional e os médicos gerais, a assistência de enfermagem, serviços de diagnóstico, o uso de telessaúde, telemedicina, a inovação, a prevenção, e a integração social, inclusive as associações de voluntariado, muito comum na Itália, e a função da participação ativa da comunidade.No que diz respeito à organização do serviço, os profissionais citaram a gestão dos modelos organizativos, da gestão dos diferentes profissionais, uma certa capacidade de melhoramento contínuo de atualização, o acesso a ações de continuidade e o monitoramento e avaliação dos resultados.

Uma das dificuldades apontadas nos debates se refere ao tempo de espera no Centro de Atendimento de Urgência, apontado como principal queixa da população.Na segunda parte da programação, os participantes do evento visitaram a Casa de Comunidade de Parmaggiore e Ostellato e o Gabinete de Enfermeiros de Família e Comunidade de Codigoro, onde conversaram com profissionais locais e voluntários que integram a rede de cuidados.A última etapa da agenda ocorreu na sede da Cooperativa de Pescadores de Goro, província considerada a mais remota da região de Emília-Romana.ParmaA quarta-feira, 26/2, também foi dedicada a novos debates sobre envelhecimento como fase de vida e a atenção primária à saúde.  secretária municipal de Saúde de Manaus, Shádia Fraxe, e o subsecretário municipal de Gestão da Saúde, Djalma Coelho, cumpriram compromissos em Parma.Os dois gestores visitaram a Casa della Salute Langhirano, que oferece múltiplas clínicas integradas para condições crônicas e serviços diferenciais como atendimento ao estrangeiro e mediação cultural, aconselhamento familiar, psicologia clínica, dentre outros.

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A secretária e o subsecretário também estiveram no Servizio Sanitario Regionale Emilia-Romagna, onde participaram de uma audiência pública do Conselho de Saúde de Parma, com a presença do prefeito Michele Guerra e do secretário de Saúde Antonio Nouvenne, entre outras autoridades.“Estão sendo dias muito produtivos em que temos nos aproximado da realidade do sistema de cuidados à saúde da Itália, conhecendo o que é realizado aqui e apresentando o que nós fazemos em Manaus”, avaliou Shádia Fraxe. A secretária enfatizou a riqueza dos encontros com autoridades locais e trabalhadores da saúde para a elaboração de novos projetos capazes de aprimorar a saúde pública nos dois países, com a oportunidade de parcerias que valorizem as melhores práticas e o crescimento de ambos.Shádia Fraxe destacou que um dos interesses da Região de Emília-Romana é a atuação do Agente Comunitário de Saúde (ACS) nos moldes adotados pelo Brasil. O ACS atua em um território delimitado e aproxima os serviços de saúde da comunidade.Promovido pela Associação Rede Unida, organização internacional sediada no Brasil, e pela Região Emília Romana, o 17º Laboratório Ítalo-Brasileiro (e não só) de formação, pesquisa e práticas em saúde coletiva, foi aberto na última segunda-feira, 24/2, e segue até a próxima sexta-feira, 28/2.O encontro reúne representantes de universidades e instituições brasileiras e italianas e conta, entre outros, com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e do Ministério da Saúde do Brasil. Além de Manaus, participam diretamente das discussões os municípios de Vitória, São Luís, Porto Alegre e Brasília, e os italianos Bolonha, Parma e Modena.— — —Texto – Andréa Arruda/SemsaFotos – Divulgação/Semsa

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