O deputado estadual Thiago Abrahim (União Brasil) disse que é necessário manter o sistema de cotas da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) para estudantes amazonenses e que isso incentiva a permanência e atuação, principalmente, de médicos e enfermeiros, nos municípios do interior. A afirmação foi feita durante audiência pública realizada nesta quinta-feira, 4, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
“Entendo que o desenvolvimento regional passa pela Educação. Quando a gente fala em Educação, a gente pensa na UEA, por conta do nível superior ser uma forma de diminuir as desigualdades sociais existentes no nosso país. Existente, principalmente, por todo o contexto do nosso interior, que tem uma logística muito difícil e que a Educação é inferior a da capital do nosso estado. Essa é a razão pela qual eu defendo e sempre lutarei para que as cotas do interior sejam mantidas e continuem”, disse Abrahim.
O parlamentar, que é presidente da Comissão de Assuntos Municipais e Desenvolvimento Rural e Regional da Aleam, destacou que o sistema de cotas também é uma maneira de dar oportunidades aos indígenas e aos estudantes de escolas públicas. “Dessa forma, a gente consegue dar oportunidade de vida para as pessoas. A Educação pode transformar as nossas vidas. Eu vim do interior e sempre defenderei e lutarei. Quero lutar pelas cotas da UEA tanto pelos indígenas para o povo do interior e escolas púbicas e é de extrema importância”, defendeu.
Thiago Abrahim participa do grupo de trabalho da UEA e propôs inversão da porcentagem de vagas do Sistema de Ingresso Seriado (SIS) e do vestibular da Universidade, além de um maior peso em matérias que possam beneficiar os estudantes amazonenses.
“Apresentamos algumas propostas, mas é preciso que aguardemos a decisão do STF. Hoje, 40% das vagas da UEA são pelo SIS e 60% pelo vestibular. Se for o caso de uma decisão mais danosa, que a gente tenha um peso maior nas matérias de história e geografia do Amazonas. Quero pedir para que não seja apenas com uma decisão danosa, mas que a gente continue e coloque um peso maior nessas matérias. Precisamos valorizar cada vez mais nossos alunos. Precisamos dar mais oportunidade ao nosso povo”, sugeriu.
O deputado do União Brasil ainda disse que os alunos amazonenses formados pela UEA permanecem no estado e isso gera desenvolvimento e renda.
“Quando a UEA forma os alunos, são eles quem ficam aqui. São eles quem nos dão essa condição. Hoje, o interior do estado vive uma dificuldade muito grande por conta da ausência de médicos. Os poucos médicos do que atendem no interior vêm da UEA. Precisamos continuar dando essa oportunidade, mantendo essas vagas para medicina, enfermagem. Isso vai trazer o desenvolvimento para o nosso interior. Nossos municípios do interior são os que mais sofrem com essa carência de profissionais”, concluiu.