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Em Coari, três réus vão a julgamento popular acusados de matar três pessoas e ferir outras duas em comunidades ribeirinhas

O Judiciário
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TJAM

As mortes ocorreram em 2020, num espaço de menos de 12 horas.


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Alex de Oliveira da Silva, Erivam Santos de Oliveira e Marlilson Carvalho Bandeira vão a júri popular em sessão marcada para os dias 9 e 10 deste mês de maio, na Comarca de Coari (distante 363 quilômetros de Manaus). Os três réus são acusados da morte de Joabe Marins da Costa, Francisco Cardoso da Cruz e Marcos Marins da Cruz, além da tentativa de homicídio contra Moabes Marins da Cruz e Samuel Marins da Cruz.

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A sequência de crimes, conforme a denúncia formulada pelo Ministério Público do Estado do Amazonas, ocorreu entre a noite do dia 7 de janeiro de 2020, na Comunidade Cajuiri, e a manhã do dia 8, no Rio Solimões, próximo à Comunidade Aranaí, ambas na zona rural da cidade.

A sessão de julgamento popular vai ser presidida pelo juiz de direito titular da 1.ª Vara da Comarca de Coari, André Luiz Muquy. O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE/AM) vai ser representado pelo promotor de justiça Rafael Del Castilho. O julgamento acontecerá no Plenário da Câmara Municipal de Coari. Os três réus aguardam o julgamento em liberdade, devido a um alvará de soltura expedido pela Justiça Estadual em 15 de dezembro de 2022.

Denúncia

De acordo com o inquérito policial, base para a denúncia do MPE/AM, no dia 7 de janeiro de 2020, por volta das 20h, na Comunidade Cajuiri, e, no dia 8 de janeiro, por volta das 7h, no rio Solimões, próximo à Comunidade Aranaí, Alex de Oliveira da Silva, Erivam Santos de Oliveira e Marlilson Carvalho Bandeira mataram Joabe Marins da Cruz, com disparos de arma de fogo, além de assumir o risco de matar Francisco Cardoso da Cruz e Marcos Marins da Cruz, que foram obrigados a pular no rio Solimões e desapareceram. Na ação, Moabes Marins da Cruz e Samuel Marins da Cruz sobreviveram, mesmo sendo obrigados a pular no mesmo rio, pois conseguiram nadar até a margem do rio Solimões.

Conforme os autos, Joabe foi morto por um tiro de espingarda desferido por Alex, que estava acompanhado por Erivam e Marlilson, numa tentativa de invadir a casa da vítima. Mesmo tendo sido socorrido, Joabe morreu no dia seguinte, no hospital em Coari.

O crime teria sido praticado porque na manhã daquele mesmo dia dia 7 de janeiro, Joabe, junto com outros indivíduos e com o uso de arma de fogo, havia subtraído a produção de castanhas da esposa Alex e de outros familiares, em área de mata, na comunidade Cajuiri, ocasião em que também teriam subtraído uma espingarda.

Ainda de acordo com a denúncia, no dia seguinte, por volta das 7h, Francisco Cardoso da Cruz, Marcos Marins da Cruz, Moabes Marins da Cruz e Samuel Marins da Cruz, pai e irmãos de Joabe, navegavam pelo rio Solimões com destino à comunidade Cajuiri. No caminho, avistaram a embarcação de Alex, Marlilson e Erivan e rumaram a sua lancha em direção a eles. As embarcações chocaram-se e houve luta corporal entre os ocupantes das duas lanchas.

Após algumas agressões, os acusados do primeiro crime obrigaram as vítimas a saírem da embarcação e pularem no rio. Houve resistência das vítimas, pois Francisco, de idade avançada, não sabia nadar e todos estavam machucados. Após sofrer mais agressões, as vítimas foram jogadas para fora da embarcação e deixadas à deriva, no rio.

Os três seguiram viagem levando ainda a lancha das vítimas. Francisco e Marcos desapareceram no rio. Moabes conseguiu nadar até a margem e Samuel foi resgatado por ribeirinhos que navegavam nas proximidades.

Moabes e Samuel retornaram à sede de Coari e informaram o ocorrido à Polícia Militar, indicando o endereço de residência dos acusados. Com as informações, a equipe policial seguiu em diligência ao local indicado pelas vítimas e, ao chegarem à residência de Alex, Erivam e Marlilson, realizaram a abordagem e a revista no interior da moradia, apreendendo uma espingarda, o bote das vítimas, motivo pelo qual foram presos em flagrante.

Após a realização de buscas por uma equipe de mergulho do Corpo de Bombeiro Militar, pelas proximidades do rio onde ocorreu o segundo fato, os corpos de Francisco e Marcos foram encontrados.

Outros processos

O júri que começará no dia 9 integra a pauta formada por mais seis processos para serem julgados na próxima semana pela 1.ª Vara de Coari. Os processos 0003303-32.2013.8.04.3800, que tem como réu Omar Melo Filho, e 0000180-86.2014.8.04.3801, que tem como réu Aldiney de Araújo Pinheiro, serão julgados na segunda-feira (08/05). Na quinta-feira (11/05), será julgado o processo 0001464-93.2018.8.04.3800, que tem como ré Jaira Cristina Tenaçol de Andrade. Na sexta-feira (12/05) estão pautados mais dois processos: 0001809-98.2014.8.04.3800, que tem como réus Claudomir Pereira da Silva e Francisco David Pereira de Souza, e 0001252-77.2015.8.04.3800, que tem como réu Evane de Lima Leal.



Carlos de Souza

Foto: Raphael Alves / Arquivo TJAM

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

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