Em Maués, casamento coletivo formaliza a união civil de mais de 350 casais, incluindo indígenas da etnia Sateré-Mawé

Portal O Judiciário Redação

Cerimônia foi organizada pela Prefeitura local e pela Defensoria Pública Estadual com o apoio da Corregedoria-Geral de Justiça do Amazonas e Ministério Público Estadual.


 

Casório Maués

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Casório Maués5Distante 257 quilômetros de Manaus, o município de Maués registrou, no último final de semana, a realização do maior casamento coletivo já realizado em seu território desde sua fundação, em 1833. Em uma iniciativa da Defensoria Pública Estadual (DPE/AM) e da Prefeitura local, com o apoio da Corregedoria-Geral de Justiça do Amazonas (CGJ/AM) e do Ministério Público Estadual (MPE/AM), 370 casais disseram o “sim” em evento que foi realizado em duas etapas, a primeira na sede do Município, no sábado (11), e a segunda na Aldeia Vila Nova 2 – na região do Rio Marau  –, no domingo (12).

Ao lado da agora esposa Eunice da Silva, para o indígena da etnia Sateré-Mawé, Henrique Pereira, 44, o momento foi de celebrar. “Estamos juntos há mais de 30 anos e hoje é momento de agradecer por esse momento tão importante para nós. Temos nove filhos, às vezes, passamos por dificuldades mas, mesmo assim, a gente busca os nossos sonhos. O momento, hoje, é de agradecer a Deus e aos que contribuíram para a realização desse casamento”, disse.

O casal Solivan Gonçalves e Eriane Batista – ambos com 21 anos e também indígenas da etnia Sateré-Mawé – esteve entre os nubentes que formalizaram a união civil na ocasião. Para Solivan, a celebração foi motivo de alegria, marcando o início de um novo ciclo para ambos. “O casamento é muito importante para nossa vida, pois vamos construir uma família e esperamos que ela seja abençoada”, afirmou.

Octogenário

Além de indígenas da etnia Sateré-Mawé, casais não indígenas, como Mizael Fonseca (de 80 anos) e Maria Anízia (de 67 anos) também tiveram a oportunidade de formalizar a união civil. Para eles, mesmo com o longo tempo de convívio juntos – 46 anos, com sete filhos e cinco netos – o entusiasmo em se casar foi grande. “Estamos juntos há muito tempo, mas Deus abriu essa porta e nós entramos”, disse Mizael, complementado por Anízia, que acrescentou: “Agora, ‘marido e mulher’, também no papel”, comentou ela, emocionada.

Celebração

A celebração selou a união civil de 740 pessoas e casais como Henrique Pereira, 44 e Eunice Juliete da Silva, 39 – ambos da etnia Sateré-Mawé – tiveram a chance de concretizar um sonho: o de celebrar a união civil em uma solenidade que foi marcada pela emoção dos casais que já conviviam há dezenas de anos, alguns já com netos, inclusive, e também de jovens nubentes, que com a celebração vislumbram a oportunidade de dar início a um novo ciclo familiar.

Com direito à decoração, grupo musical, painel temático para o registro de fotos, pajens, damas de honra e, é claro, troca de alianças, a cerimônia foi a toda organizada pela Defensoria Pública Estadual e pela Prefeitura municipal de Maués. Já a parte documental foi realizada pelo Cartório do 1.º Ofício de Maués, com o apoio da Corregedoria-Geral de Justiça do Amazonas (CGJ/AM).

Dada a magnitude do evento, o casamento coletivo foi realizado em duas cerimônias: a primeira no ginásio Deodato de Miranda Leão, na sede urbana de Maués e a segunda na Aldeia Vila Nova 2, na região do Rio Marau (zona rural do município).

As duas cerimônias foram prestigiadas pelas famílias dos casais e por autoridades, dentre as quais, o defensor público-geral do Estado do Amazonas, Ricardo Paiva; o procurador-geral de Justiça do Amazonas, Alberto Rodrigues do Nascimento Júnior; o juiz titular da 2.ª Vara da Comarca de Maués, no ato representando o Poder Judiciário Estadual, Paulo Benevides; o prefeito de Maués, Junior Leite e da juíza de paz e tabeliã substituta do Cartório do 1.º Ofício de Maués, Jenise Deline Alves, essa última, a celebrante do casamento.

Representando o Poder Judiciário na ocasião, o juiz da 2.ª Vara da Comarca de Maués, Paulo Benevides, frisou a importância da ocasião para os noivos e para a comunidade local. “Para nós é uma satisfação muito grande poder ver que a comunidade está dando efetividade ao art. 226 da Constituição, que privilegia a família. Com este evento vemos nascer, no seio da comunidade, a família, que é célula mater da sociedade. Um evento coletivo como este, é de uma significação muito grande e destacamos o esforço do Poder Público – e a Defensoria Pública atuou muito na promoção deste evento – buscando dar efetividade ao que prezamos tanto que é a obediência à Constituição e às leis. Por todos estes motivos, ficamos muito satisfeitos com o resultado”, apontou o magistrado.

Ao celebrar o casamento coletivo civil, a juíza de paz e tabeliã substituta do Cartório do 1.º Ofício de Maués, Jenise Deline Alves, falou da satisfação em colaborar com esse importante momento para a comunidade local. “Foi muito gratificante, para mim, participar e contribuir com esta celebração que marca o início de novos ciclos familiares e também regulariza uniões que, até então, não haviam sido registradas. Todos estão de parabéns: os casais e o poder público pela iniciativa”, comentou.


#PraCegoVer: Nas imagens que ilutram a matéria, registros fotográficos das duas celebrações, ocorridas em um ginásio poliesportivo e em uma Aldeia Indígena.




Texto: Afonso Júnior (CGJ/AM)
Fotos: Afonso Júnior (CGJ/AM) e Evandro Seixas (DPE/AM)

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