A pesquisa identificou 186 árvores, incluindo 53 exemplares de andirobeiras (Carapa guianensis), espécie de destaque na região
FOTO: Tiago Corrêa/UGPE
Inventário florestal realizado na área onde ocorrerão as obras do Programa de Saneamento Integrado (Prosai) de Parintins (a369 quilômetros de Manaus), revelou uma rica diversidade de espécies arbóreas. O trabalho faz parte do programa, que é executado pela Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedurb).
De acordo com o subcoordenador de Projetos Ambientais da UGPE, Otacílio Cardoso Júnior, o levantamento florestal foi realizado no período de 11 a 15 de janeiro de 2025. “As atividades objetivam o levantamento das características da flora local, para conhecimento de sua tipologia e comportamento, visando ao processo de licenciamento ambiental específico para as atividades de supressão vegetal, bem como a obtenção de autorização para captura e transporte de animais silvestres, uma vez que as obras já se encontram licenciadas pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam)”, detalhou.
A pesquisa identificou um total de 186 árvores, incluindo 53 exemplares de andirobeiras (Carapa guianensis), espécie de destaque na região. O levantamento também incluiu uma variedade de outras espécies como acácia, abacate, açaí, apuí, bacaba, brasileirinha, cajá-manga, caju, chuva de ouro, coco, cupuaçu, fícus, goiaba, embaúba, ingá, ingá-miri, ipê rosa, jambo vermelho, manga, murici, oiti, palmeira elegante, peito de pombo, pitomba e tipuana.
FOTO: Tiago Corrêa/UGPE
As andirobeiras, que somam mais de um quarto do total das árvores catalogadas, estão localizadas no Centro de Distribuição de Água (CRD2). Estas contornam todo o limite do terreno e contribuem significativamente para o embelezamento e sustentabilidade da área.
As andirobeiras são protegidas por lei, reforçando a importância de sua preservação. “A presença dessas árvores reforça a necessidade de atenção às normas de conservação durante a execução de projetos, garantindo a preservação dessas espécies e o cumprimento das legislações ambientais vigentes”, enfatiza.
Otacílio Cardoso afirma que o estudo é importante para compreender melhor a composição da vegetação local, promovendo a preservação das espécies nativas e a implementação de políticas de manejo ambiental que beneficiem a comunidade e o ecossistema. “Além das andirobas, o inventário reflete os interesses da população em plantas frutíferas, destacando a preferência por espécies que oferecem frutos, embora essas não sejam destinadas à comercialização”, avalia.
A riqueza das espécies encontradas reflete a biodiversidade da região e a importância de programas como o Prosai Parintins na conservação do meio ambiente, diz ele. O subcoordenador ressalta que, no próximo trabalho, o inventário será com as obras de urbanismo que contemplam a construção de habitacionais, vias, parques, praças, feiras, canais de macrodrenagem e recuperação de corpos d´água.
FOTO: Tiago Corrêa/UGPE
O Prosai Parintins prevê ações de reflorestamento em uma área de 63.180,04 m², com um número previsto inicialmente de cerca de 15.795 mudas, dentre elas, mungubeiras, seringueiras, buritis, sumaúmas, jaris, lombrigueiras, açaizeiros e ipês. O programa estadual pretende reflorestar as quadras onde ficarão os conjuntos habitacionais, canais de macrodrenagem, bem como a implantação de cortina verde na área de borda da Lagoa da Francesa.
“Nos projetos desenvolvidos pela UGPE, adota-se todas as tentativas de salvamento das espécies, a salvaguarda das unidades arbóreas. Caso contrário, adota-se ações de reposição das espécies. Um exemplo são as ações de reflorestamento nos projetos”, completou Otacílio Cardoso Júnior.
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