Muito além de dengue e malária: FVS-RCP celebra 21 anos fortalecendo resposta a emergências de saúde pública no Amazonas

Portal O Judiciário Redação

FVS-RCP hoje é referência na atuação em emergências de saúde pública, como cheia e estiagem no Amazonas

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) completa, nesta terça-feira (03/06), 21 anos de atuação dedicada à proteção da saúde da população amazonense. Criada com o objetivo de fortalecer o enfrentamento de endemias que historicamente desafiam o estado, como dengue e malária, a FVS-RCP se consolida como órgão estratégico na resposta a emergências em saúde pública, como cheia e estiagem.

Ao longo de mais de duas décadas, a atuação da FVS-RCP evoluiu para atender às necessidades emergentes do Amazonas. Na contemporaneidade, a Fundação exerce papel estratégico na coordenação de ações diante de Emergências em Saúde Pública, com destaque para as respostas aos impactos da cheia dos rios amazônicos e à estiagem severa, fenômenos que afetam diretamente o acesso à água potável, saneamento e cuidados em saúde, especialmente em comunidades ribeirinhas e indígenas no interior do estado.

A história da FVS-RCP é marcada pela dedicação técnica e pelo compromisso com a vida, segundo destaca a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim. “Chegamos aos 21 anos, reforçando nosso protagonismo nas ações de vigilância epidemiológica, ambiental, laboratorial e em saúde do trabalhador e da população exposta a desastres, com uma atuação cada vez mais estratégica”, enfatiza.

A FVS-RCP é responsável por coordenar o Sistema Estadual de Vigilância em Saúde e por ações integradas com as secretarias municipais de saúde dos 62 municípios do Amazonas. Entre suas frentes de trabalho, destacam-se o monitoramento e controle de doenças transmissíveis e não transmissíveis, vigilância de agravos, imunização, biossegurança e a gestão do Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM), referência para diagnósticos em saúde pública.

21 anos de história

Para Tatyana Amorim, atual presidente da fundação e servidora de carreira desde 2000, estando na FVS-RCP desde 2010, o crescimento da FVS-RCP é perceptível e inspirador. “Fazer vigilância em saúde em um território complexo e peculiar como o Amazonas exige compromisso e responsabilidade diária no exercício do ofício. Lidar com as mudanças ambientais e climáticas nos força a acompanhar, entender e agir, mas sempre com sensibilidade e precisão”, destaca.

FOTO: Divulgação/FVS-RCP, Anne Alves/FVS-RCP

Atualmente, mais de 1,4 mil servidores dão vida à trajetória da Fundação. Entre eles está Alcirene Moreira, da vigilância epidemiológica, uma das pioneiras que migraram da Secretaria de Estado de Saúde (SES) em 2005 para compor a equipe da então recém-criada FVS-RCP. Mesmo sendo uma instituição jovem, ela já conquistou respeito e reconhecimento.

“A vigilância em saúde é transversal; ela caminha junto com as secretarias municipais e atua diretamente na proteção dos mais vulneráveis. Nossa adaptação precisa ser constante e ativa, porque o risco não espera”, destaca Alcirene, que há quase duas décadas contribui com dedicação à missão de cuidar da saúde pública no Amazonas.

Hoje aposentada pela Fundação, a estatística Ana Cabrinha contribuiu para a vigilância em saúde no Amazonas. Com vasta experiência, ela foi uma das responsáveis pela consolidação do uso da Classificação Internacional de Doenças (CID) no órgão, atuando diretamente na capacitação de equipes para a análise dos Sistemas de Informação sobre Mortalidade (SIM) e Nascidos Vivos (SINASC).

FOTO: Divulgação/FVS-RCP, Anne Alves/FVS-RCP

“Minha carreira foi construída nessa base, contribuindo para que os dados em saúde fossem mais do que números — fossem ferramentas estratégicas para salvar vidas”, relembra Cabrinha. A atuação técnica e formativa da estatística ajudou a qualificar a produção e o uso da informação, elemento essencial para orientar decisões em saúde pública em um território de desafios tão complexos como o Amazonas.

Avanços por cronologia – 2020 a 2024

Incorporação da Saúde do Trabalhador: Em 2020, a FVS-RCP incorporou a Vigilância em Saúde do Trabalhador. A integração representou avanço estratégico para o fortalecimento das políticas públicas voltadas à proteção e promoção da saúde da população trabalhadora no estado. Com isso, o Centro de Referência Estadual em Saúde do Trabalhador (Cerest-AM) passou a ser gerido diretamente pela Fundação.

FOTO: Divulgação/FVS-RCP, Anne Alves/FVS-RCP

Resposta à pandemia de covid-19: Entre as principais conquistas da FVS-RCP entre 2020 e 2024, está a resposta à pandemia de covid-19, em 2020 e 2021, quando a Fundação coordenou ações estratégicas durante a crise sanitária, incluindo vigilância epidemiológica, testagem e a maior campanha de vacinação da história do estado.

Reconhecimento institucional: Em 2021, a Fundação passou a se chamar oficialmente “FVS-RCP”, sigla para “Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto”. O nome é em homenagem à ex-diretora-presidente da instituição, falecida durante a pandemia, como reconhecimento à contribuição histórica da epidemiologista à saúde pública do Amazonas

Reforço na vigilância fronteiriça: Já em 2022, foi inaugurada a Sala de Situação em Saúde do Alto Solimões, em Tabatinga, fortalecendo a vigilância em saúde na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia. Em Tabatinga é também onde está localizado o Laboratório de Fronteira (Lafron), que integra a instituição.

FOTO: Divulgação/FVS-RCP, Anne Alves/FVS-RCP

Ampliação da vigilância genômica: Ainda em 2022, o Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM), que integra a FVS-RCP, implantou o sequenciamento genético de amostras para SARS-CoV-2 (vírus da covid-19), permitindo a identificação de variantes com mais agilidade.

Criação de novos CIEVS: Foi também em 2022 que foram implantadas unidades do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) em Parintins e Tabatinga, otimizando a resposta a emergências locais.

Integração de programas estratégicos: A FVS-RCP incorporou, também em 2022, os programas de HIV/Aids, Hepatites Virais, Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), ampliando a responsabilidade sobre doenças de condições crônicas e agravos prevalentes.

Ações robustas frente à estiagem severa: Em 2024, a Fundação intensificou o monitoramento e controle de surtos, distribuindo hipoclorito de sódio e promovendo ações de vigilância da água e educação em saúde para mitigar os impactos da estiagem sobre populações vulneráveis.

Nova estrutura para imunobiológicos: Também em 2023, foi inaugurado o novo Centro de Distribuição de Imunobiológicos do Estado da FVS-RCP, triplicando a capacidade de armazenamento e reduzindo riscos de perdas por falhas energéticas.

FOTO: Divulgação/FVS-RCP, Anne Alves/FVS-RCP

Premiações e certificações de excelência: Em 2024, o reconhecimento seguiu com o recebimento de prêmios e certificações. O Lacen-AM obteve 100% de conformidade no Programa de Ensaio de Proficiência (PEP-Funed) 2024. Além disso, a FVS-RCP conquistou, por meio do Departamento de Vigilância Sanitária, o Prêmio ANVISA 25 anos. Ainda em 2024, a FVS-RCP foi certificada com o Selo Bronze da Controladoria Geral do Estado (CGE) e o Selo Ouro do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).

Resposta rápida à Febre Oropouche: Em 2024, a Fundação emitiu alerta de risco e intensificou a vigilância laboratorial, exemplificando sua capacidade de resposta imediata a novas ameaças epidemiológicas, como ocorreu com a Febre Oropouche. A FVS-RCP intensificou a vigilância da doença de forma conjunta e integrada, por meio de vigilância epidemiológica, laboratorial, ambiental e instrumentos, como de educação em saúde e comunicação e mobilização social.

Respostas às Emergências em Saúde nas inundações: Diante das inundações severas que impactam o Amazonas, anualmente, a FVS-RCP fortaleceu, também em 2025, a atuação estratégica e integrada no enfrentamento às emergências em saúde pública decorrentes desse fenômeno. O enfrentamento ocorre por meio de monitoramento das áreas afetadas, identificação de riscos sanitários e mobilização de equipes técnicas para respostas rápidas, como a distribuição de hipoclorito de sódio para tratamento da água, ações de vigilância da qualidade da água para consumo humano, controle de vetores, além da orientação à população sobre prevenção de doenças relacionadas ao contato com água contaminada.

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