pacientes podem estar sofrendo de algum transtorno mental.
Durante a sessão plenária desta segunda-feira (11/03), na Câmara Municipal de Manaus (CMM), foi aprovado o Projeto de Lei (PL) nº 111/23, de autoria do vereador William Alemão (Cidadania), que tem como objetivo incluir no site oficial da Prefeitura de Manaus informações sobre saúde mental, com o intuito de prevenir e combater a depressão. O PL agora segue para a sanção do executivo municipal. De acordo com o vereador, o projeto segue as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), que enfatiza a importância do Plano de Ação Integral de Saúde Mental 2013 – 2030, que inclui o uso de tecnologias digitais como forma de apoiar a autoajuda. Alemão ressalta que a sociedade ainda negligencia o cuidado com a saúde mental, e parte da explicação está no entendimento equivocado de que a saúde mental é secundária, um sinal de fraqueza ou falta de vontade. É comum que as pessoas que sofrem de transtornos mentais sejam julgadas, incompreendidas, excluídas e até mesmo marginalizadas devido a conceitos errados e preconceitos. Uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde classificou Manaus como a quarta capital da região norte com o maior número de adultos que relataram ter diagnóstico de depressão. O vereador observa que a falta de informação e o senso comum são algumas das causas para o não acolhimento e o entendimento inadequado dessas pessoas e da gravidade do problema que enfrentam. Segundo a OMS, pessoas com condições graves de saúde mental morrem em média 10 a 20 anos mais cedo em comparação com a população em geral, principalmente devido a doenças físicas evitáveis. Em 2019, antes da pandemia da Covid-19, os dados já eram alarmantes: quase um bilhão de pessoas, incluindo 14% dos adolescentes do mundo, viviam com um transtorno mental, segundo a OMS, e o suicídio foi responsável por mais de uma em cada 100 mortes. O relatório da Organização Panamericana da Saúde (OPAS) divulgado em 2023 sinalizava que a saúde mental deveria estar entre as prioridades da agenda política no pós-pandemia. A médica psiquiatra Ester Pellizzari afirma que cuidar da saúde mental deveria ser uma prioridade das políticas públicas, mas infelizmente no Brasil isso não é visto. A informação é muito importante para que as pessoas se conscientizem de que o que estão sentindo pode ser aliviado de outras formas. Pode ser que a pessoa seja portadora de algum transtorno mental, como depressão ou ansiedade, e não esteja sabendo reconhecer, pois ainda existe muito preconceito e julgamento, até mesmo dentro das unidades de saúde, onde os profissionais muitas vezes não estão preparados para fazer um encaminhamento acolhedor. Portanto, quanto mais informações, melhor. O acesso à informação sobre saúde mental promove a qualidade de vida pessoal e relacional dos indivíduos, além de conscientizar os diversos profissionais da sociedade de que seus pacientes podem estar sofrendo de algum transtorno mental.