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Portal TRT11 – Ciclo de palestras realizado pelo TRT-11 compartilha conhecimentos sobre o autismo

Redação O Judiciário

Iniciativa visa contribuir para a inclusão de pessoas com TEA.

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268Diferentes abordagens no tratamento das pessoas autistas foram apresentadas nesta quinta-feira (20/4), durante o ciclo de palestras “Autismo: Conhecer, entender e incluir”. Organizado pela presidência do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (AM/RR) e Coordenadoria de Saúde do TRT-11 (Codsau), foram cinco palestras que reuniram especialistas da área no auditório do Fórum Trabalhistas de Manaus, na Rua Ferreira Pena, Centro.

Na abertura do evento, o presidente do TRT-11, desembargador Audaliphal Hildebrando da Silva, destacou que é dever da Justiça do Trabalho da 11ª Região realizar eventos que promovam a inclusão dos mais vulneráveis, como preconiza a Constituição Federal. Ele reforçou que todos são iguais e devem ser tratados com respeito. “É uma honra realizarmos esse evento com palestras que despertam a importância de tratarmos as pessoas com igualdade, tolerância e inclusão”, disse o presidente.

A palestra de abertura teve como tema “Aspectos médicos do TEA na visão do Psiquiatra”, ministrada pelo psiquiatra Heider Souza, analista judiciário do TRT-11. Ele fez uma introdução histórica dos diagnósticos que, inicialmente, tentaram decifrar o autismo, e apresentou as últimas proporções de casos as quais apontam: que entre cada 36 indivíduos, um será portador de TEA.

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Heider Souza também falou sobre manifestações que podem indicar o autismo em crianças, como andar na ponta dos pés, colocar objetos na boca para morder, dificuldades de fantasiar na brincadeira ou balanço excessivo das mãos. “É preciso destacar que crianças podem apresentar essas características e não serem autista. O que define que pode ser autismo é o ato exagerado, sendo feito por muito tempo, até por horas”.

Comprometimento da família

Na sequência, falou o neurologista pediátrico Francisco Tussolini, com a palestra “Autismo: o que sabemos e como podemos ajudar as famílias”. O neurologista destacou como é pensado e conduzido o diagnóstico do autismo. “É um tratamento demorado, que demanda muito do comprometimento da família. E a criança recebendo o apoio da fonoaudiologia, da terapia profissional, da psicologia e da escola, ela certamente melhorará cada vez mais”, frisou. Ele parabenizou o Tribunal pelo evento que tem o alcance para atingir tanto pessoas que tomam decisões, quanto as que são alvos e precisam dessas decisões.

A terceira palestrante foi a mestre em psicologia e analista judiciária do TRT-11, Carolina Pinheiro. Ela abordou o tema: “O papel do psicólogo na aquisição da autonomia no TEA”, explicando como é possível promover o autoconhecimento do autista para que ele consiga mais independência em determinadas atividades. “Todos nós temos limitações, com o autista não é diferente, mas as pessoas vão se surpreender ao saber como eles podem atingir a autonomia, lembrando que cada caso é um caso. As análises precisam ser individuais”, disse.

Inclusão e acolhimento

270O pedagogo Álvaro Sanches Filho falou sobre “A importância da escola no diagnóstico e aspectos da educação inclusiva”. Para ele, a escola é um dos principais pilares do processo de desenvolvimento da criança e do adolescente autista. Os outros dois pilares são a família e o governo. “Quando esse ciclo roda de uma maneira sustentável, você tem a evolução do aluno. O diagnóstico feito dentro das escolas mostra como é importante a observação do educador neste processo. Após este passo, há todo o processo de aceitação. A partir do diagnóstico e do acolhimento por parte da família, podemos falar em ações mais assertivas, que envolvem todo o cuidado com este ser que tem uma necessidade diferenciada e precisa de ações efetivas. Será que a minha expectativa é que meu filho autista entre no Enem? Ou será que eu quero que ele tome banho sozinho? Reforço que o mais importante de tudo é o acolhimento. Não por ele ser um ser muito diferenciado, mas por ser um ser que precisa de uma atenção especial”, declarou.

O psicólogo Alexandre Galé, diretor do Espaço de Atendimento Multidisciplinar ao Autista Amigo Ruy (Eamaar), abordou a “Inclusão e busca dos direitos dos autistas”. Ele explicou o quanto é difícil, pra toda a família, ter um parente com TEA, e destacou a importância de trabalhar a coterapia, treinando também os pais e a família para lidar com o transtorno. “Precisamos trabalhar todos os membros da família, incluir os pais na terapia. As famílias precisam saber lidar com o TEA. A inclusão começa dentro de casa, entender que os filhos têm limitações, mas que devem vencer as barreiras. Nosso papel é incentivar os pais para que dêem autonomia aos filhos autistas”, defendeu.

Respeito

269Por fim, o diretor do Instituto Autismo no Amazonas, Joaquim Melo, apresentou o trabalho da instituição que está presente no Estado desde 2011. Foi apresentado um vídeo produzido pelo instituto e o autista Leonardo dos Santos leu uma mensagem aos presentes no evento: “Somos pessoas únicas e diferentes. O respeito deve estar acima de tudo. É simples. Gostamos da simplicidade das coisas, principalmente da rotina, porque nos traz segurança. Tenho um sonho: que todos os autistas sejam felizes como eu sou”, encerrou a mensagem emocionando a todos. O Instituto também expôs trabalhos de crianças e adolescentes autistas durante o evento.

Acesse AQUI a íntegra da mensagem do autista Leonardo dos Santos.

Serviços oferecidos

Durante o ciclo de palestras, o TRT-11 desenvolveu duas ações destinadas às pessoas com TEA. Através da parceria com a Secretaria de Estado de Justiça, Direito Humanos e Cidadania (Sejusc) foi possível a emissão da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista – CIPTEA. A carteira busca garantir atenção integral, prioridade no atendimento e acesso aos serviços públicos e privados, em especial, nas áreas da saúde, educação e assistência social.

Outro serviço oferecido foi a emissão de credenciais de estacionamento para pessoas com autismo, realizada pelo Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU). O direito ao cartão especial de estacionamento é garantido mesmo quando a pessoa com autismo não é a condutora do veículo. Essa medida é importante para facilitar o acesso aos espaços públicos e privados.

O ciclo de palestras teve transmissão pelo YouTube do TRT-11 e pode ser visto a qualquer tempo.

Acesse aqui a galeria de fotos.

Texto: Emerson Medida e Martha Arruda
Fotos: Roumen Koynov

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