Prefeitura divulga primeira edição de informativo sobre cenário de casos de Mpox em Manaus

O Judiciário

Com o objetivo de subsidiar as ações de vigilância em saúde e informar a sociedade sobre o cenário da Mpox humana na capital, a Prefeitura de Manaus passa a divulgar o “Informativo Mpox 2025”, com números de casos da doença registrados no município neste ano. A primeira edição do levantamento, elaborado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) e publicado nesta segunda-feira, 12/5, está disponível no site manaus.am.gov.br/semsa, menu “Vigilâncias”, item “Epidemiológica”.O informativo da Semsa relata que, de janeiro até esta segunda-feira, 12/5, o município registra 34 casos confirmados de Mpox, de um total de 94 casos suspeitos notificados. Dentre estes, 45 foram descartados após investigação epidemiológica e outros 15 seguem em investigação epidemiológica e laboratorial. Não há registro de óbito pela doença.A gerente do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs), Graziela Neves, aponta uma tendência de aumento dos registros de Mpox em Manaus em relação ao ano passado, que teve um total de 80 casos confirmados, de janeiro a dezembro. Em 2022, quando a doença começou a ocorrer no país, o município registrou 340 casos, e, em 2023, nove casos. Os dados constam de Nota Informativa sobre o cenário epidemiológico de Mpox na capital, divulgada pelo Cievs/Semsa no último dia 5.

“O aumento recente no número de casos locais reflete um padrão mundial, com tendência de crescimento de casos em diversos países, atribuída a mudanças nos padrões de mobilidade, comportamento populacional e eventuais alterações na dinâmica de transmissão do vírus”, assinala a gerente.

Nesse contexto, destaca Graziela, o informativo epidemiológico da Semsa, elaborado pelas equipes do Cievs, visa contribuir para as ações de monitoramento e controle da doença, bem como para atualizar e orientar a população e as equipes de saúde para a prevenção e diagnóstico de casos, visando uma resposta oportuna à doença.

“A mensagem para a população é que busque conhecer os sinais e sintomas da Mpox, e como se proteger. A qualquer sintoma suspeito, vá até uma unidade básica para avaliação clínica. E, em caso de dúvida, procure o serviço de saúde para se informar e evite a disseminação de fake news”, orienta a gerente do Cievs/Semsa.

Graziela assinala ainda que, até o momento, não há registro de óbitos por Mpox em Manaus. “Também não houve, neste ano, ocorrência de casos graves ou que necessitassem de internação”, complementa.

Sintomas e prevenção

A Mpox é uma doença viral causada pelo Monkeypox virus (MPXV), caracterizada pelo surgimento de lesões na pele, como bolhas, ou feridas com ou sem casca, além de dores musculares e de cabeça, febre, fadiga e inchaço dos gânglios linfáticos, ou ínguas, em torno de três a 16 dias, ou até 21 dias após o contágio.

“As lesões podem ser dolorosas e, em alguns casos, precedem a febre ou surgem de forma isolada, sem outros sintomas evidentes”, aponta Graziela.A transmissão, segundo a gerente, pode ocorrer de pessoa a pessoa, principalmente pelo contato direto com lesões ou mucosas de pessoas infectadas, e objetos contaminados, como roupas e superfícies; gotículas respiratórias em contato prolongado e próximo; e relações sexuais, especialmente com múltiplos parceiros e contato pele a pele.

“A principal forma de proteção é adotar práticas preventivas, incluindo evitar o contato próximo com pessoas com sintomas da doença e reforçar medidas de higiene pessoal, como a lavagem regular das mãos e o uso do álcool em gel”, informa.

Quando o contato é necessário, como no caso de familiares, parceiros e cuidadores, assinala Graziela, é essencial usar luvas, máscaras e outros itens de proteção individual, bem como não compartilhar utensílios pessoais ou de higiene, como copos, talheres e toalhas.

Conforme a gerente, não há um tratamento específico aprovado para a Mpox no Brasil, sendo a conduta indicada de suporte clínico e manejo dos sintomas, incluindo o controle da dor e da febre, hidratação e cuidados com as lesões de pele para evitar infecções secundárias.

“Todas as unidades de saúde da rede pública estão preparadas para acolher e fazer o manejo clínico dos casos, bem como notificar os casos suspeitos. Em casos mais graves, a pessoa pode ser encaminhada para hospitalização”, pontua.

Graziela enfatiza que, em caso de suspeita de Mpox, é fundamental que a pessoa procure uma unidade de saúde para avaliação médica e orientações para isolamento. “Essa é uma medida importante, pois vai evitar a transmissão para outras pessoas e a disseminação da doença”.

AgravoConsiderada uma doença endêmica na África Central e África Ocidental, a Mpox humana passou a ser relatada em outras áreas geográficas a partir de 2022, com registros de casos e surtos em diversos países, entre eles o Brasil. No ano passado, o país contabilizou 2.095 casos confirmados ou prováveis da doença.

Em Manaus, o primeiro caso importado foi registrado em 27 de julho de 2022. Em agosto do mesmo ano, a Semsa Manaus lançou o Plano de Contingência Municipal para Infecção de Mpox, atuando desde lá na notificação e monitoramento contínuo da doença no município.

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Texto – Jony Clay Borges/Semsa

Fotos – Divulgação/OMS-Opas e MS

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