Com o objetivo de fortalecer o combate ao trabalho infantil, que gera impactos significativos na saúde física e mental de crianças e adolescentes, representantes da Prefeitura de Manaus participaram na tarde desta sexta-feira, 3/6, do lançamento oficial da Campanha de Combate ao Trabalho Infantil em Manaus, no plenário da Câmara Municipal de Manaus (CMM), no bairro Santo Antônio, zona Oeste.
A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), por meio do Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador (Cerest/Manaus), órgão ligado ao Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica (Devae), apoia o movimento, que é uma iniciativa do Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalho do Adolescente no Amazonas (Fepeti/AM).
O titular da Semsa, Djalma Coelho, participou da abertura da programação e destacou a contribuição da secretaria no combate à exploração da mão de obra infantojuvenil, a partir da geração de informações para a formulação de políticas públicas voltadas à saúde de crianças e adolescentes.
“O trabalho infantojuvenil acarreta uma série de prejuízos ao desenvolvimento de crianças e adolescentes porque os expõe a uma série de riscos à saúde física e mental. A Semsa é uma das instituições que apoiam o Fepeti com informações relacionadas à sua área de atuação. É um compromisso que envolve instituições e sociedade para combater esse mal”, comentou.
A diretora do Devae, Marinélia Ferreira, destacou que o trabalho infantojuvenil é uma forma de violência e acarreta sérias consequências ao desenvolvimento de crianças e adolescentes.
“O desenvolvimento fisiológico da criança como um todo é comprometido e as consequências mentais também são grandes quando ela é exposta a uma rotina de trabalho inadequada à sua faixa etária. Nós, da saúde, somos parceiros do Fepeti, e nesse movimento de combate ao trabalho infantil, estamos contribuindo com a extração de dados que irão respaldar essa mobilização”, explicou.
Boletim
A solenidade também marcou o lançamento do boletim desenvolvido pela equipe técnica do Cerest, que apresenta informações sobre os agravos relacionados à criança e ao adolescente. A publicação permite que a rede de proteção, da qual a saúde faz parte, e os órgãos de controle desenvolvam ações mais assertivas para o enfrentamento do tema.
O gerente do Cerest/Manaus, Jean Maximynno Lopes, assinalou que o boletim é fundamental para apoiar a campanha, que durante o mês de junho, vai realizar uma série de ações para dar mais visibilidade sobre as formas de prevenção e erradicação do trabalho infantil.
“O boletim tem a proposta de orientar os atores envolvidos nessa mobilização. São notificações relacionadas a agravos em crianças e adolescentes que, uma vez captados, são encaminhados à rede de assistência para o tratamento, cuidado e proteção”, informou.
Sinan
Com base nos dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, o estudo do Cerest/Manaus, mostra que no período de 2012 a março de 2021, foram registrados 2.033 agravos à saúde de crianças e adolescentes até 18 anos. Desse total, 129 casos estão relacionados a acidente com exposição a material biológico, 60 a acidentes de trabalho graves e 1.844 estão ligados a intoxicações exógenas (relacionados a contatos com substâncias químicas).
“É uma mobilização que precisa do apoio de todos os entes sociais para que o cenário se modifique. As crianças precisam de atividades adequadas à sua faixa-etária para que possam se desenvolver de forma plena”, salientou Marinélia.
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Texto – Tânia Brandão/Semsa
Foto – Camila Batista/Semsa
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