18/03/2025 – 15:55
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Max Lemos: é necessário criminalizar essa conduta
O Projeto de Lei 149/25 torna crime inserir, alterar ou excluir dados no sistema de regulação do Ministério da Saúde com o objetivo de obter vantagem indevida ou causar prejuízos. O texto em análise na Câmara dos Deputados altera o Código Penal.
A pena será de reclusão de 2 a 12 anos e multa. Esse tempo poderá ser aumentado:
em 1/3 até metade, se o crime for cometido por servidor público;
em até 2/3, se houver danos a terceiros.
“Esse sistema de regulação é essencial para a organização e a transparência no atendimento à saúde pública em nível municipal e estadual”, explicou o autor do projeto, Max Lemos (PDT-RJ), ao defender as mudanças.
Segundo o parlamentar, práticas fraudulentas colocam em risco a confiança no Sistema Único de Saúde (SUS). “A inserção de dados falsos compromete a eficiência, prejudica o atendimento e pode levar à alocação inadequada de recursos.”
Objetivos do sistema de regulaçãoEm uso desde 1999, o Sistema de Regulação (Sisreg) tem como objetivo sistematizar algumas funções, como:
permitir a distribuição dos recursos assistenciais disponíveis de forma regionalizada e hierarquizada;
facilitar o planejamento dos recursos assistenciais em uma região;
acompanhar a execução dos tetos pactuados entre os estabelecimentos de saúde e os entes municipais;
permitir o referenciamento, em todos os níveis de atenção, nas redes pública e contratada;
identificar as áreas de desproporção entre a oferta e a demanda;
disponibilizar informações, em tempo real, sobre leitos, consultas e exames;
permitir o agendamento de internações e atendimentos eletivos para os pacientes;
acompanhar a alocação de leitos eletivos por clínica e prestador em tempo real;
controlar o fluxo dos pacientes nos estabelecimentos de saúde terciários (admissão, acompanhamento da internação e alta) e secundários (solicitação, agendamento e atendimento);
acompanhar os atendimentos e internações agendadas, por meio da configuração das cotas realizada pelo administrador em conformidade com o que foi pactuado em âmbito local;
detectar a ocorrência de cancelamentos de internações, consultas e exames por motivo definido ou impedimento de agendas;
distribuir os limites (cotas) entre os estabelecimentos de saúde solicitantes, conforme pactuações;
controlar os limites de solicitação para população própria e referenciada;
controlar a execução da oferta disponibilizada por estabelecimento de saúde executante; e
permitir o acompanhamento da execução, por prestador, das programações feitas pelo gestor.
Próximos passosO projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Saúde; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, terá de ser aprovado pela Câmara e pelo Senado.
Da Reportagem/RMEdição – Natalia Doederlein