A solenidade de outorga da insígnia é uma continuação da cerimônia ocorrida no dia 17 de outubro onde foram laureados diversas personalidades.
A Escola Judicial do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (Ejud/TJAM), realizou nesta sexta-feira (01/11), a entrega da medalha do Mérito Acadêmico a três laureados, que não puderam participar da cerimônia ocorrida no dia 17 de outubro do corrente ano, no Centro Administrativo Desembargador José de Jesus Ferreira Lopes, prédio anexo à sede do Poder Judiciário onde funciona a Ejud.
A honraria, instituída pela Resolução n.º 14, de 5 de abril de 2023, do Pleno do TJAM, tem como objetivo laurear magistrados, servidores, professores, alunos e personalidades da sociedade civil por seus méritos e relevante contribuição ao ensino, à pesquisa, à extensão ou à jurisdição, em especial no âmbito da Ejud.
A solenidade de outorga da insígnia teve a presença do diretor da Ejud, desembargador Cezar Bandiera, que agraciou a presidente da Comissão de Amparo e Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas da ordem dos Advogados do Brasil Seccional Amazonas (OAB-AM), Adriana Inori, da etnia Kanamari; o diretor da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) na gestão 2024-2028, Edson Baré, da etnia Baré; e o diretor de Inteligência Artificial e Ciência de Dados da Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação (Setic) do TJAM, Rhedson Esashika.
Em seu discurso de agradecimento a advogada Inori Kanamari falou sobre a parceria com a Ejud, que permitiu a realização de dois eventos neste ano “que exaltaram a nossa existência e a nossa cultura”.
Inori também ressaltou: “sou muito grata à Escola Judicial por esse momento muito importante em que o Sistema de Justiça se aproxima de nós, dos povos indígenas. Sou grata a minha ancestralidade, que me traz até aqui, a todos os meus parentes indígenas que me antecederam. Esse reconhecimento, para nós enquanto povos indígenas, é muito importante porque ressalta que nós realmente [temos] reconhecimento da nossa existência, [mesmo] estando no estado mais indígena do Brasil, mas infelizmente nós seguimos sendo invisibilizados” afirmou Kanamari.
O diretor da FOIRN também destacou sobre a importância desse momento para os povos indígenas. “Esse reconhecimento que estamos recebendo hoje é um ponto inicial para a nossa participação nesse processo de trabalho do Estado Brasileiro, não só apenas usando a nossa inteligência, nosso conhecimento, mas sim nós próprios indígenas fazendo parte desse processo. Eu estou bastante feliz em receber esse prêmio e com certeza será um grande legado para o nosso povo. Então, agradeço aos meus ancestrais e a todo o povo que me reconhece”, frisou Edson.
Já o servidor Rhedson Esashika, que ao longo do ano trabalhou em parceria com Escola em ações de treinamento no uso de inteligência artificial para servidores do tribunal, afirmou que “ministrar o curso sobre inteligência artificial com os setores administrativos foi de extrema importância para que a gente saiba domar essas ferramentas porque assim vamos ter muito sucesso nos próximos anos com a aplicação de IA no Tribunal”.
Durante a homenagem, o desembargador Bandiera destacou também a importância do trabalho realizado por Adriana Kanamari e Edson Baré que fazem parte do grupo de autores que participaram da tradução oficial e integral do texto da Constituição Federal de 1988 para a língua indígena Nheengatu e do servidor Rhedson Esashika que atua na área de inteligência artificial no Tribunal.
“Com essas medalhas, outorgamos o reconhecimento e o agradecimento da parceria que os indígenas têm tido com a Ejud, além do cumprimento da nossa missão institucional. O reconhecimento e a importância que têm esses povos para a nacionalidade brasileira. Nós somos todos irmãos, devemos conviver não só em harmonia, mas em colaboração para o crescimento desses povos, para que estejam em uma condição de maior igualdade para conosco”.
O magistrado também evidenciou em seu discurso sobre “o grande trabalho que o servidor Rhedson e a equipe do TJAM vem desenvolvendo nessa área da Inteligência Artificial”. “Nós devemos aprender a manejar e utilizar a IA como uma ferramenta importante não só para a celeridade processual, mas também para a melhoria da jurisdição e o cumprirmos da nossa missão”, finalizou o diretor da Ejud.
#ParaTodosVerem: A fotografia que ilustra a matéria mostra os medalhados com a medalha no peito e com o certifcado em mãos com o desembargador no centro. Ao fundo está uma placa com a logomarca da Ejud.
Texto: Elisângela Araújo | Ejud
Foto: Chico Batata | TJAM
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