A atividade é desenvolvida pela Comissão de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral, Sexual e à Discriminação e pela Comissão de Participação Feminina, em parceria com o Coletivo Arte Ocupa.
Celebrando o “Mês da Consciência Negra” e a luta histórica contra o racismo e a discriminação, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) abriu, nesta terça-feira (05/11), a exposição “Pretoberâncias”, com obras de dez artistas negros, exibidas no hall do Fórum Henoch Reis. A exposição fica aberta ao público até esta sexta-feira (8/11). A atividade é desenvolvida pela Comissão de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral, Sexual e à Discriminação e pela Comissão de Participação Feminina, em parceria com o Coletivo Arte Ocupa.
“Essa exposição nos convida a refletir sobre o impacto da diversidade e da inclusão em nossa sociedade. Este evento reafirma o compromisso do Tribunal de Justiça do Amazonas com a luta pela igualdade racial e pelo respeito às diferenças. A exposição nos lembra que a cor da pele não determina quem somos e nos incentiva a valorizar as diversas identidades que compõem o nosso país, e são muitas. Hoje, mais do que nunca, reconhecemos a importância de espaços como este, que nos proporcionam a visibilidade e o respeito às múltiplas vozes e culturas que enriquecem a nossa sociedade”, disse a vice-presidente da Comissão de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral, Sexual e à Discriminação, desembargadora, Onilza Abreu Gerth.
De acordo com o curador do projeto, o artista visual Marcelo Rufi, toda a exposição se caracteriza pela pluralidade das obras e dos artistas envolvidos apontando para a vivência de cada indivíduo e como as pessoas negras enxergam o mundo em que vivem. Segundo ele o nome “Pretoberância” se originou da ideia de juntar as palavras “Preto” e “Protuberância”, valendo-se de neologismo para destacar a identidade e cultura negra, ressaltando a necessidade de resistência e respeito às culturas afro-brasileiras e suas lutas históricas.
“O Coletivo Arte Ocupa é um coletivo de artistas independentes aqui de Manaus, e para falar sobre o mês da consciência negra a gente pensou numa palavra. O Nego Bispo, ele fala que a gente não é obrigado a falar a língua do nosso colonizador. Então, a gente criou uma nova palavra chamada Pretoberância, que é resistência, transgressão, e preto é a cor e é a nossa luta. São dez artistas do coletivo que estão falando sobre o racismo estrutural, sobre as suas próprias vivências, homenageando outras figuras, outras potências pretas, aqui no TJAM. Tem artista do grafite, do desenho, do lambe-lambe, tem intervenção, tem escultura, tem fotografia, tem performance. Então, a gente acredita que a arte manauara é pulsante, e essa pluralidade vai acontecer”, destaca o curador.
A exposição busca, por meio da arte, uma reflexão sobre a importância da Consciência Negra, valorizando a diversidade cultural, a história e as contribuições do povo negro para a sociedade brasileira. No total, são apresentadas 33 obras de artistas locais, sendo: uma escultura; três instalações; 11 pinturas; dois desenhos e 16 fotografias, com o apoio da designer Manuo (Emanuely de Oliveira Gomes).
A artista visual e fotógrafa Nalud Annihs afirma que espera que a exibição da sua arte transcenda a sociedade e leve a diálogos de impacto sobre conscientização relacionadas às desigualdades raciais no Brasil.
“A “Pretoberância” tem o objetivo de exaltar a cultura Afrolatina brasileira, Afroribeirinha, de todas as formas que envolvem a negritude que tem várias camadas. Assim como eu que sou travesti, e tem a sua intersexualidade negra. As minhas obras falam da minha identidade, com meu corpo, ou um corpo sem gênero que perfoma sobre a juventude, a periferia, repressão policial. Além disso, faço uma performance com materiais sustentáveis para realizar minhas fotografias, pensando também com responsabilidade ecológica”, disse a artista.
Você pode acessar mais imagens da abertura da exposição no link https://www.flickr.com/photos/tribunaldejusticadoamazonas/albums/72177720321722812/with/54118717266
#PraTodosVerem: Imagem que ilustra a matéria traz o registro fotográfico de detalhe da exposição “Pretoberâncias”, realizada pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) no hall do Fórum Henoch Reis e que celebra o “Mês da Consciência Negra” e a luta histórica contra o racismo e a discriminação
Texto: Asafe Augusto
Fotos: Raphael Alves
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