O biólogo e doutor em Dimensões Humanas dos Recursos Naturais pela Universidade Estadual do Colorado, nos Estados Unidos, propôs uma discussão ampla sobre como alinhar o conhecimento da biodiversidade amazônica às características da 4ª Revolução Industrial.
Ele apresentou o projeto “Amazônia 4.0 – uma terceira via para a Amazônia”, que demonstra que há alternativa econômica sustentável viável para itens do bioma amazônico.
“O projeto Amazônia 4.0 representa o uso da novas tecnologias que nunca estiveram disponíveis para propiciar um desenvolvimento econômico da Amazônia, com respeito à floresta, a partir dos valores da floresta”, destacou Ismael Nobre.
Segundo ele, a bioeconomia promovida pelo projeto é baseada no uso dos ativos biológicos e biométricos para desenvolver a Amazônia. O biólogo exemplificou a bioeconomia com o uso do açaí, de diferentes formas, em distintos lugares, gerando mais de US$ 1 bilhão para a Amazônia, sem devastar a floresta.
Desafios
No entanto, Ismael Nobre apontou os desafios para se agregar valor no interior do território amazônico muito em decorrência do isolamento, da ausência de infraestrutura e logística, bem como de equipamentos e treinamentos.
“Todos esses fatores precisam ser equacionados para você ter agregação de valor, do contrário é a economia como ela é tradicionalmente a partir da produção com a matéria prima amazônica, com mínimos recursos. Aquilo sai da Amazônia e vai ser agregado valor em outros ambientes”, explicou Ismael Nobre.
Ele citou alguns exemplos de tecnologias que podem ser usadas para desenvolver a economia na Amazônia até chegar às tecnologias da indústria 4.0, que é caracterizada pelos sistemas ciberfísicos, internet, redes de comunicação.
Texto: Giovana Airon Edição: Camila Carvalho/Elvis Chaves Fotos: Reprodução