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Justiça de Manaus mantém liminar que determinou reativação de perfil em rede social

Vívian Oliveira
Vívian Oliveira
A rede social Instagram desativou o perfil Sidney Pedroso sem especificar que regras o perfil violou (Foto: Felipe Campinas/AM Atual)
Da Agência do TJAM

MANAUS – A Segunda Câmara Cível do TJAM (Tribunal de Justiça do Amazonas) decidiu pelo desprovimento de recurso interposto por Facebook Serviços On Line do Brasil Ltda., que pedia a suspensão de liminar deferida em 1.º Grau em processo sobre desativação de perfil em rede social do grupo.

A decisão foi unânime, na sessão do último dia 28 de março, no Agravo de Instrumento n.º 4005157-63.2021.8.04.0000, de relatoria da desembargadora Socorro Guedes.

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Segundo o acórdão, um usuário da rede Instagram ajuizou ação após ter sido surpreendido com a repentina desativação do perfil, sem qualquer comunicação prévia ou justificativa, e pediu a imediata reativação da conta pelo fato de esta ter finalidade comercial.

O Juízo da 16.ª Vara Cível e de Acidentes de Trabalho considerou que o procedimento de desativação teria ocorrido sem o contraditório e sem exposição da violação às diretrizes e termos de uso da plataforma, e o prejuízo financeiro decorrente da medida, e determinou que fosse realizada a reativação do perfil no prazo de 48 horas, sob pena de multa.

No recurso, a empresa agravante alega que está legalmente autorizada a fazer a desativação de contas que violem as regras de uso da plataforma.

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A relatora destaca que o argumento procede, contudo observa que não está dispensado o direito do usuário ao contraditório, com informação e direito de resposta.

“Logo, para que a desativação seja lícita é necessário que se garanta ao sujeito afetado a oportunidade de se manifestar sobre a violação concreta que se lhe atribui”, afirma no acórdão a desembargadora.

E ressalta que o agravante apenas discorreu de forma genérica sobre como as regras que autorizam a desativação de perfis por violação aos “Termos de Uso” e “Diretrizes da Comunidade do Instagram”, mas não especificou qual teria sido o comportamento concreto do agravado que teria dado causa à desativação do perfil.

“Para defender em juízo a desativação, cabe ao administrador da plataforma de compartilhamento apresentar as evidências do comportamento contrário aos seus termos de uso que legitimariam sua atitude, ou seja, cumpre-lhe trazer à baila elementos específicos que permitam a identificação do material violador, não lhe sendo dado, simples e genericamente, invocar a defesa de suas regras para embasar a tese de que a desativação traduziu regular exercício de um direito”, diz trecho do acórdão.

A medida tomada pela empresa caracteriza abuso de direito, segundo a magistrada, pois houve desativação do perfil do agravado de forma unilateral, sem a devida prestação de informações necessárias ao exercício do contraditório, considerado princípio constitucional de eficácia horizontal.

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