Projeto Reeducar e Cetam formam turma de repositores de mercadorias

Portal O Judiciário Redação
Fachada do TJAM (Foto: Divulgação/TJAM)

Atividade marcou a retomada dos cursos presenciais ofertados pelo projeto para pessoas beneficiadas com a liberdade provisória.


O Projeto Reeducar, do Tribunal de Justiça do Amazonas, em parceria com o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam) finalizaram na sexta-feira (13/05) as atividades do “Curso de Repositor de Mercadorias”, que marcou o retorno das capacitações presencias ofertadas pelo projeto a pessoas beneficiadas com a liberdade provisória em processos que tramitam nas Varas Criminais da capital. A formação se estendeu por três semanas e foi concluída por 12 reeducandos.

As aulas aconteceram, pela primeira vez, nas novas instalações do Reeducar, que conta com um miniauditório e está localizada no 3.º andar do Fórum de Justiça Henoch Reis, bairro São Francisco, zona Sul de Manaus.

No retorno das atividades presenciais, os alunos tiveram um encontro com a coordenadora do projeto e titular da 11.ª Vara Criminal, juíza Eulinete Tribuzy. “É uma satisfação imensa ver o projeto retomando seu maior objetivo e reeducando o público-alvo com o apoio de nossas fiéis parcerias, nesse caso específico o Cetam que ministrou o curso e certificará os concluintes. Isso é muito gratificante porque temos como resultado a regeneração, a ressocialização dessas pessoas que optam por um caminho pautado na educação e passam a beneficiar a sociedade”, disse a magistrada.

A opção pela busca de conhecimento e reeducação ficou evidente no grupo que entre seus inscritos contou com pessoas que haviam abandonado a escola e, após o inicio da empreitada, resolveram retomar a educação. Esse foi o caso de Cleideane Santos, que abandonou os estudos no sétimo ano. “O curso foi uma experiência muito boa, me incentivou a ser uma nova pessoa e ter nova perspectiva de vida. Decidi continuar meus estudos e me inscrevi para fazer o ‘provão’ do supletivo. Quero concluir meu ensino fundamental e partir para o ensino médio, fazer outros cursos para me profissionalizar. Gostei muito do Projeto Reeducar porque incentiva e acredita no ser humano que um dia errou, incentiva a seguir novo caminho e me surpreendeu, porque pensei que seria julgada e condenada e vi uma Justiça diferente”, disse Santos.

O curso de repositor

O curso finalizado na sexta-feira contou, inicialmente, com vinte inscritos. Mas três deles conseguiram recolocação no mercado de trabalho e não puderam seguir na formação; outros por dificuldade no transporte. “Estamos atentos às dificuldades e uma das delas que os reeducandos relatam é a questão de deslocamento, por morarem longe, acabam desistindo, pois falta dinheiro para o transporte. Importante frisar que estamos retomando as parcerias de forma efetiva para que possamos oferecer outros cursos presenciais a fim de colaborar no sentido de garantir a baixa estatística dos que optam em retornar ao caminho do crime”, disse a psicóloga do projeto, Nádia Graça Pinheiro Teles.

Segundo a professora Yane Fontes, do Cetam, o conteúdo do curso possibilitou ao grupo aprender a organizar e abastecer prateleiras e gôndolas de produtos, retirá-los do estoque, fazer atendimento aos clientes, sendo uma boa opção por ter grande aceitação no mercado de trabalho. Durante o curso os reeducandos foram além da teoria e verificaram na prática a realidade da profissão. “Eles participaram de uma visita técnica ao supermercado Baratão da Carne, que foi nosso parceiro nessa iniciativa e permitiu que os alunos ficassem à vontade, acompanhando o trabalho dos profissionais do estabelecimento, inclusive dando apoio na reposição de mercadorias, colocando em prática a teoria do que viram em sala de aula. Foi gratificante fazer esse trabalho com esses futuros profissionais. Eu acredito na recuperação do ser humano, acredito que cada um deles têm a oportunidade de um crescimento, de uma recolocação e de voltar para a sociedade de uma forma positiva. Espero que eles sigam em frente”, explicou a professora.

Entenda o Reeducar

O Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas em parceria direta com a Defensoria Pública do Estado, o Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil/Seccional Amazonas e demais entidades da sociedade civil organizada, têm como proposta o desenvolvimento de ações de responsabilidade social, fora do ambiente carcerário, para promover apoio sociopsicopedagógico às pessoas beneficiadas com a liberdade provisória , sob o foco dos princípios constitucionais: o da presunção de inocência e o da dignidade da pessoa humana. E, através de aconselhamentos, palestras, cursos profissionalizantes, atividades formais ou informais, programas assistenciais governamentais e das práticas do empreendedorismo, com intuito também de amenizar o problema da superpopulação dos presídios.





Sandra Bezerra

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