Organizada pela Escola Judicial do TRT da 11ª Região (Ejud11), a live motivacional de tema: “A dor não se cala, mas ela também ensina”, foi realizada na última sexta-feira (23/04), e teve como convidado o psicólogo Rossandro Klinjey Irineu Barros. O evento foi transmitido no canal oficial do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região – Amazonas e Roraima (TRT11) no YouTube, durou cerca de 1h20 e obteve mais de 1.000 visualizações.
A abertura do evento foi realizada pela desembargadora Solange Maria Santiago Morais, vice-presidente do TRT11, no exercício da presidência, que parabenizou a Ejud11 por ter permanecido ativa mesmo que por EAD e sem as atividades e eventos presenciais, e por estar atenta às necessidades dos magistrados e servidores. “Diante das enormes perdas, a dor se apresentou como uma companheira indesejável a todos nós. Ela é, entretanto, uma janela de oportunidade para nos tornarmos pessoas melhores e com melhores ações. Para isso, temos que superar a dor, e a Ejud está atenta à nossa dor e ao tempo difícil que estamos vivemos. O professor Rossandro já é de casa e nos apresenta preciosas lições de como superar as dificuldades das vida. Ele é um verdadeiro contador de histórias que, com leveza e bom humor, nos faz refletir e olhar na direção do positivo. Seja bem vindo, professor! Vamos degustar sua palestra e esteja certo que o TRT11 não se permitirá paralisar pela dor”, declarou a magistrada.
O desembargador Audaliphal Hildebrando da Silva, diretor da Ejud11, deu boas vindas a todos afirmando estar feliz em proporcionar uma palestra tão propícia neste momento de dor e de perda.
A dor ensina
Com vários livros publicados, o escritor, psicólogo clínico, mestre em Saúde Coletiva e doutorando em Psicanálise sobre psicologia, Rossandro Klinjey iniciou a palestra falando que a dor faz parte da experiência humana e que devemos aprender com ela. “Queria destacar aqui o caráter pedagógico da dor. Nós não podemos desperdiçar o aprendizado que a dor nos traz. Diante da dor, nossa capacidade de memorizar é maior. Não é à toa que lembramos mais de um dia triste e de uma crítica que nos feita do que de um dia alegre. Nós gravamos na memória muito mais a dor e as coisas que não funcionam. Mas não fazemos isso para nos torturar e sim para que a gente não repita o erro. Por isso, a dor tem um profundo caráter pedagógico que não pode ser disperdiçado”, afirmou.
Para ele, a impossibilidade de não viver a experiência da dor é algo que a pandemia tem nos imposto de forma muito cruel: “são velórios sem poder ver a pessoa falecida, sem chegar perto dos que perderam um ente querido, sem abraçar, sem conseguir falar uma palavra de conforto. É muito doloroso ver as pessoas sozinhas, o caixão fechado, um choro que não pode ser consolado, um velório feito tão rapidamente. Isso vai marcar geração de pessoas, pois se assemelha a dor de guerra”.
Por outro lado, Rossandro cita o caráter humano de superação: “a gente precisa entender que, diante das circunstâncias da vida, existem variáveis que não estão sob nosso controle e variáveis que estão sob nosso controle. Nenhum de nós escolheu passar por esta experiência da pandemia. Estamos todos tentando nos reinventar neste processo, como indivíduos, família, instituições, como seres humanos. Existem coisas que podemos fazer e coisas que não podemos. Aceitar que eu não posso velar alguém que eu amo é difícil, mas isso é algo que não depende de mim. Vamos voltar nossa energia para que eu possa fazer aquilo que depende de mim, como experimentar essa experiência tão rica e dolorosa no seu caráter pedagógico. Depende de mim escolher como vou viver com a dor da pandemia em casa, no trabalho, como profissional”.
Autor dos livros “As cinco faces do Perdão”, “Help: me eduque!” e “Eu escolho ser feliz”, o palestrante respondeu diversas perguntas durante a live. Um fenômeno nas redes sociais, com vídeos que já alcançaram a marca de mais de cem milhões de visualizações, Rossandro Klinjey se dedica a ministrar palestras no Brasil, Europa e Estados Unidos, atuando nas áreas de recursos humanos, motivação, liderança, perspectivas educacionais, relações interpessoais, desenvolvimento emocional, gestão de pessoas, serviço público, cultura da paz, entre outros.
ASCOM/TRT11Texto: Martha ArrudaArte: Renard BatistaEsta matéria tem caráter informativo, sem cunho oficial.Permitida a reprodução mediante citação da fonte.