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Lançada no Amazonas, Constituição Federal traduzida para o Nheengatu passa a integrar o acervo da Fundação Biblioteca Nacional

O Judiciário
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TJAM

Traduzida pela primeira vez para uma língua indígena, exemplar da Constituição foi entregue para o acervo da Fundação Biblioteca Nacional pela presidente do STF, ministra Rosa Weber, em evento que teve a participação da juíza do TJAM, Andrea Jane de Medeiros, uma das coordenadoras do trabalho de tradução.


A Constituição Federal, traduzida neste ano pela primeira vez para uma língua indígena, passa, agora, a integrar o acervo da Fundação Biblioteca Nacional (FBN). Traduzida para o Nheengatu, em um processo que teve o Supremo Tribunal Federal (STF), o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) e a Escola Superior da Magistratura do Amazonas (Esmam) como protagonistas, a Constituição Federal teve um exemplar entregue à Fundação Biblioteca Nacional (FBN) na última sexta-feira (25/08) pela presidente do STF, ministra Rosa Weber, ao presidente da FBN, Marco Lucchesi, em evento que teve a participação da juíza do TJAM, Andrea Jane de Medeiros, uma das coordenadoras do trabalho de tradução.

Na solenidade realizada na cidade do Rio de Janeiro, em discurso, a ministra Rosa Weber lembrou que o Nheengatu é, na atualidade, o principal meio de comunicação entre etnias da Amazônia e a língua amplamente falada pelos povos que habitam a região do Alto Rio Negro. A tradução da Carta Magna, disse, é “o primeiro reconhecimento oficial, em 523 anos de nossa existência como nação, de que a identidade indígena há de prevalecer e ser respeitada pelas autoridades de todo o País”.

Para a presidente do STF, tornar a Constituição acessível a todas as pessoas é uma tarefa cujo significado vai além da transposição de barreiras de ordem prática. Nesse sentido, entregá-la em uma das línguas faladas pelos povos originários à Biblioteca Nacional é mais do que um ato ético e estético: é um marco simbólico. “É a própria valorização do indígena como parte formativa e indissociável de nossa cultura e da nossa cosmovisão de país”.

A juíza do Tribunal de Justiça do Amazonas, Andrea Jane de Medeiros, falou da satisfação em representar o TJAM na solenidade que formalizou a entrega da Constituição ao acervo da Fundação Biblioteca Nacional e, igualmente, sobre a satisfação em conduzir e colaborar com o trabalho que resultou na tradução da Carta Magna, pela primeira vez, para uma língua indígena. “O procedimento de tradução envolveu a participação de um grande número de indígenas e podemos dizer, seguramente, que este trabalho, uma vez finalizado, nos enche de orgulho, pois ele demonstra o reconhecimento do Poder Judiciário e do Estado, não somente com a linguagem, mas sobretudo para com os direitos dos povos originários”, destacou a magistrada.

A juíza Andrea Jane de Medeiros acrescentou que a tradução da Constituição Federal para a língua indígena, com o Judiciário amazonense como protagonista na condução deste trabalho, representa um marco para a inclusão das comunidades indígenas ao passo em que ela contribui, como nunca, para que os povos indígenas conheçam com profundidade seus direitos e deveres como cidadãos.

 

 

#PraTodosVerem: Na imagem que ilustra a matéria, o registro fotográfico da solenidade, realizada na Sede da Fundação Biblioteca Nacional, na cidade do Rio de Janeiro, na qual, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, realiza a entrega formal de um exemplar da Constituição Federal, para a referida instituição. Na imagem, a ministra apresenta-se sentada, tendo À sua frente uma mesa, e na mesma composição, é possível visualizar, de pé, oito pessoas do sexo masculino e uma pessoa do sexo feminino, sendo esta última, a juíza do Tribunal de Justiça do Amazonas, Andrea Jane de Medeiros: uma das coordenadoras do trabalho de tradução da Constituição Federal para a língua indÍgena Nheengatu.

 

Afonso Júnior
Fotos: Reprodução Youtube e Acervo (TJRJ)

 

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