Organizada pela equipe multidisciplinar do 1.º Juizado Maria da Penha, a exposição alerta que, muitas vezes, a violência inicia com manifestações sutis, que avançam para um contexto de relacionamentos abusivos e agressivos.
Durante toda esta semana, em que acontece a 19.ª edição do projeto “Justiça pela Paz em Casa”, as pessoas que circularem pelo hall de entrada do Fórum de Justiça Ministro Henoch Reis, localizado no bairro São Francisco, zona Sul de Manaus, vão se deparar com uma exposição organizada pelo 1.º Juizado Especializado no Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (“1.º Juizado Maria da Penha”), com a finalidade de promover a reflexão sobre as várias formas de violência de gênero, chamando atenção para o fato de que esse tipo de situação, normalmente, tem início com manifestações sutis, que avançam para um contexto de relacionamentos abusivos e agressivos.
Desenvolvida a partir do tema “Não vista esta camisa: denuncie e diga não à violência”, a exposição é composta por camisetas brancas pintadas com frases como: “Mas eu nunca bati nela”; “Isso é tudo coisa da sua cabeça”; “Se não ficar comigo, não ficará com mais ninguém” ou “A culpa é sua”. No espaço, há também banners incentivando a denúncia de casos de violência contra a mulher; e cartazes alertando para o problema.
A exposição foi idealizada pela Equipe Multidisciplinar do “1.º Juizado Maria da Penha” – que tem como titular a juíza Ana Lorena Gazzineo -, e executada com o apoio da Divisão de Divulgação e Imprensa do Tribunal. “Buscamos retratar na exposição falas que são comuns no relato das mulheres atendidas pela equipe e que representam a realidade de outras mulheres em situação de violência. Procuramos, ainda, enfatizar que a violência se expressa de várias formas, podendo seguir uma escalada, e que essas formas podem ser tão danosas quanto a violência física”, explica a assistente social que atua no 1.º Juizado Maria da Penha, Celi Cristina Nunes Cavalcante.
A exposição ficará no hall do Fórum Ministro Henoch Reis até a próxima sexta-feira (26) e, de acordo com Celi Cavalcante, a ideia é fazer dela uma ação itinerante, no âmbito interno dos fóruns, bem como em outros espaços.
A Semana
A realização da “Semana Justiça pela Paz em Casa” segue a orientação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e tem a finalidade de ampliar a efetividade da Lei n.º 11.340/2006, mais conhecida como “Lei Maria da Penha”. No Amazonas, neste ano, mais de 1,6 mil audiências foram pautadas para esta 19.ª edição do projeto, que começou na segunda-feira (22/11) e se estenderá até sexta-feira (26).
A ação é um esforço concentrado feito por todos os tribunais do País com o objetivo de agilizar o andamento dos processos relacionados à violência de gênero e sensibilizar a sociedade para a realidade violenta que as mulheres brasileiras enfrentam.
Iniciado em 2015, o projeto conta com três edições anuais: a primeira promovida no mês de março, marcando o “Dia Internacional da Mulher”; a segunda no mês de agosto, por ocasião do aniversário de sanção da “Lei Maria da Penha”; e a última edição é realizada em novembro, quando a ONU estabeleceu o dia 25 como o “Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher”.
O programa também promove ações interdisciplinares organizadas pelos tribunais que objetivam dar visibilidade ao assunto e sensibilizar a sociedade para a violência que as mulheres enfrentam diariamente em seus lares.
Paulo André Nunes
Fotos; Raphael Alves
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