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Fevereiro Roxo: STJ adere à campanha de conscientização sobre lúpus, fibromialgia e Alzheimer

O Judiciário
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O nome da doença surgiu na Idade Média, quando as pessoas achavam que as lesões típicas na face lembravam as manchas na cara de lobos. Apesar de conhecido há tanto tempo, o lúpus tem causas ainda pouco compreendidas, e seu diagnóstico é complexo. Ao lado da fibromialgia e do Alzheimer, o lúpus é o tema da campanha Fevereiro Roxo, que se realiza neste mês e conta com a adesão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Doença crônica, autoimune, inflamatória e com causa indeterminada, mas ligada a fatores ambientais, genéticos e hormonais, o lúpus é mais comum entre mulheres em idade reprodutiva (de 20 a 45 anos) e entre negros, hispânicos e asiáticos.

Segundo a médica Fernanda Freitas Rodrigues, da Secretaria de Serviços Integrados de Saúde do STJ, a doença pode ter vários sintomas. “Os mais comuns são lesões de pele, sendo a mais característica a lesão em ‘asa de borboleta’ (mancha vermelha que acomete o nariz e as bochechas); dor, inflamação das articulações e fadiga. Além disso, o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) afeta outros órgãos, como os rins, as células do sangue, as membranas do coração e do pulmão, e o sistema nervoso”, explica.

Diagnóstico precoce

De acordo com a médica, que é clínica e nefrologista, cerca de 50% dos pacientes de lúpus têm alguma questão renal. Esse acometimento pode variar desde achados anormais no exame de urina (presença de sangue ou proteína) até casos mais graves, com necessidade de hemodiálise. Ela ressalta que, apesar de não ter cura, o mal é controlável: “Já existem diversas medicações que ajudam no controle da doença. Medidas não farmacológicas, como alimentação saudável, atividade física, proteção quanto aos raios ultravioleta e cessação do tabagismo, são fundamentais”.

Devido às dores articulares – algumas vezes, confundidas com artrites –, reumatologistas costumam ser os primeiros a diagnosticar a doença. Segundo dados oficiais da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), cerca de 65 mil pessoas sofrem de lúpus no país. “A doença causa um autoanticorpo e, portanto, é sistêmica e pode atacar diversos órgãos”, esclarece o reumatologista Ricardo Xavier, presidente da SBR e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ele aponta que um dos exames mais comuns para identificar a patologia é o fator antinúcleo (FAN). “Mas, mesmo que ele dê positivo, não é certeza de diagnóstico da moléstia”, informa.

Pacotinho de sintomas

A dificuldade do diagnóstico é uma das grandes preocupações quanto ao lúpus. “É necessário um exame clínico. Temos que juntar um pacotinho de sintomas com os exames para ter o diagnóstico, mas é essencial identificar a doença o mais cedo possível. Pode-se tratá-la precocemente e promover qualidade de vida para a pessoa”, acrescenta – o que também é válido para a fibromialgia e o Alzheimer.

Ricardo Xavier destaca que as três doenças objeto da campanha de conscientização Fevereiro Roxo têm em comum causas pouco conhecidas, diagnóstico complexo e o fato de trazerem grande impacto para a vida das pessoas. O médico acrescenta, ainda, que há no país cerca de 7 milhões de casos de fibromialgia, doença que provoca dores crônicas e não tem uma causa específica, enquanto o mal de Alzheimer – tipo de demência que afeta a memória, o pensamento e o comportamento – atinge quase 1 milhão de pessoas.

“O STJ presta um grande serviço ao divulgar o Fevereiro Roxo na comunidade jurídica e na sociedade”, completa, apontando também a importância das decisões do Tribunal da Cidadania para garantir o direito dos pacientes em receber remédios e tratamentos.

Conheça as cartilhas da SBR sobre Lúpus e Fibromialgia.

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